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Futebol Feminino

Lula envia projeto de lei para fortalecer o futebol feminino no Brasil

Presidente anuncia proposta durante encontro com a Seleção campeã da Copa América 2025

Durante encontro com as atletas, Lula indicou que pretende criar uma Universidade do EsporteDurante encontro com as atletas, Lula indicou que pretende criar uma Universidade do Esporte - Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (10), no Palácio do Planalto, que enviará ao Congresso Nacional um Projeto de Lei (PL) para tornar o desenvolvimento do futebol feminino uma prioridade de política pública no Brasil. A declaração ocorreu durante a homenagem à Seleção Brasileira de Futebol Feminino, campeã da Copa América de 2025.

Igualdade de direitos

O PL prevê que organizações de futebol feminino terão os mesmos direitos e benefícios já concedidos ao futebol masculino, incluindo acesso a recursos financeiros. A proposta também contempla incentivo às categorias de base, parcerias entre escolas, universidades e clubes, além de medidas contra discriminação e violência de gênero no esporte.

Durante a cerimônia, Lula destacou o avanço das mulheres em diferentes áreas e reforçou seu apoio ao protagonismo feminino no esporte.
“Fico orgulhoso com as conquistas das mulheres no mundo. Espero que o sucesso de vocês na Copa América se repita na Copa do Mundo. Dedicação, profissionalismo e vontade de ganhar são a marca dessa Seleção”, afirmou o presidente.

Universidade do Esporte e direitos garantidos

O governo também estuda a criação de uma Universidade do Esporte, voltada à formação de especialistas em diversas modalidades. Segundo Lula, o objetivo é transformar o Brasil em referência mundial na área. O programa Bolsa Atleta e o novo PL fazem parte desse pacote de incentivo.

O ministro do Esporte, André Fufuca, destacou que a proposta garante direitos trabalhistas, especialmente relacionados à maternidade. Ele lembrou que hoje 80% das jogadoras ainda atuam como amadoras. “Com esse projeto, aumentaremos o profissionalismo no futebol feminino e asseguraremos os direitos básicos às atletas, antes, durante e após a gravidez”, explicou.

Para o técnico da Seleção, Arthur Elias, o projeto representa uma transformação estrutural. “Esse é o caminho para oferecer condições semelhantes às encontradas no exterior e impulsionar o desenvolvimento da modalidade”, disse. Já a goleira Cláudia Luana ressaltou o orgulho de vestir a camisa da Seleção e reforçou o desejo de seguir fazendo história.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Copa do Mundo e marco regulatório

Além da conquista da Copa América, o nono título em dez edições disputadas, a Seleção assegurou vaga nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. O Brasil também sediará, pela primeira vez na América do Sul, a Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA em 2027. Para o presidente da CBF, Samir Xaud, o evento será um marco: “Vamos realizar a maior Copa de todos os tempos e consolidar o futebol feminino no país.”

O projeto de lei é considerado um marco regulatório para o futebol feminino no Brasil. Ele prevê profissionalização das competições, fortalecimento das categorias de base, proteção aos clubes formadores e maior participação de mulheres em cargos de gestão, arbitragem e direção técnica.

Eixos da política pública

Entre os principais pontos do PL estão:

Igualdade de direitos e benefícios para o futebol feminino;
Estímulo a categorias de base (sub-12, sub-15, sub-17, sub-20);
Garantia de direitos trabalhistas, incluindo maternidade;
Incentivo à profissionalização plena das competições;
Combate à discriminação, intolerância e violência de gênero;
Parcerias entre escolas, universidades e clubes para formação de talentos;
Exigência de estádios abertos ao público para partidas oficiais;
Divulgação antecipada de calendário oficial;
Fomento à empregabilidade e capacitação de mulheres em todas as áreas do futebol.

Com essa proposta, o governo busca não apenas corrigir desigualdades históricas, mas também consolidar o futebol feminino como parte central da política esportiva nacional. A iniciativa reforça a inclusão, a equidade de gênero e o empoderamento feminino dentro e fora de campo.

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