Esportes

Mais atletas barrados do embarque para Estados Unidos

Após islandês ser vetado de viagem, delegação belga é impedida de seguir para US Open em meio a polêmica com decreto de Trump

Irmão de terrorista envolvido em atentado na Bélgica, Laachraoui foi vetado de viagem para os Estados UnidosIrmão de terrorista envolvido em atentado na Bélgica, Laachraoui foi vetado de viagem para os Estados Unidos - Foto: Emmanuel dunand/afp

 

Os primeiros danos da polêmica decisão do presidente Donald Trump de vetar a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países começaram a aparecer, inclusive com consequências para o esporte. Na última segunda-feira, o lutador Meisam Rafiei, iraniano naturalizado islandês, relatou ter sido barrado no aeroporto quando embarcava para Las Vegas, palco do US Open de tae kwon do.

Na última quarta-feira (1) foi a vez de a Federação francófona belga de taekwondo (AFTB) anunciar que dois de seus atletas, um deles irmão de um dos homens-bomba dos atentados de Bruxelas, em março, também foram impedidos de viajar para a América. Apesar de, explicitamente, o segundo caso não ter relação direta com o novo decreto de imigração do governo norte-americano, o fato surge em um período de discussões em relação à entrada de estrangeiros no país.

Os atletas Si Mohamed Ketbi e Mourad Laachraoui, assim como o treinador Abdelkhalak Mkadmi, não haviam atualizado o Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem (ESTA na sigla em inglês), documento necessário para viajantes de países que, como a Bélgica, não precisam de visto para entrar nos Estados Unidos. Questionado pela AFP, a embaixada americana de Bruxelas não quis se pronunciar sobre o caso. Ketbi e Laachraoui também participariam do US Open, primeira competição internacional da temporada de taekwondo.

Em 25 de janeiro, pela manhã, a delegação belga fez o check-in das malas e passou pelo controle de passaportes no aeroporto de Bruxelas, de onde partiriam rumo a Las Vegas, segundo a AFBT. “No momento do embarque, um membro da companhia informou que não poderiam embarcar no avião sem um visto regulamentário, apesar do documento não ser necessário para cidadãos belgas que viajam aos EUA”. A entidade explicou que, durante a madrugada, “recebeu um e-mail com o objetivo de atualizar os ESTA” dos atletas.

Mourad Laachraoui é irmão de Najim, um dos homens-bomba que atacou o aeroporto de Bruxelas, em 22 de março de 2016. Dois dias depois dos ataques, que deixaram 32 mortos, o atleta de taekwondo, nascido na Bélgica e de origem marroquina, condenou firmemente o crime do irmão mais velho, suspeito também de ter participado nos atentados de Paris, em 13 de novembro de 2015. “Você não escolhe sua família”, disse à imprensa.

Irã
O país é um dos sete na lista de Donald Trump que tem vetada a entrada dos seus cidadãos nos Estados Unidos. Os outros são: Iêmen, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão. Barrado de viajar, Meisam Rafiei expôs a sua revolta com a situação, uma vez que ele ia defender a Islândia na competição. “Estava a caminho do US Open para competir pela Islândia com o meu passaporte islandês e fui barrado porque nasci no Irã”, postou Rafiei em suas redes sociais.

O fato se deu horas após o Comitê Olímpico dos Estados Unidos afirmar que está trabalhando junto ao Departamento de Estado para possibilitar que atletas compitam no país apesar da ordem de Donald Trump.

 

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