Esportes

Medalhões que inspiram a garotada

Safra de veteranos vencedores do Trio de Ferro é referência para a base, que tem chance única de aprender com os mais “rodados”

Lula no Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC PaulistaLula no Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC Paulista - Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

 

Beber a água da fonte certa é essencial para o crescimento dos mais jovens em diversos setores. Basta uma “nascente contaminada” para comprometer o crescimento dos frutos da base. Na grande maioria dos clubes, os grandes ídolos servem como inspiração para os mais novos, que nutrem uma admiração e se espelham nos medalhões.

Não é diferente no cenário atual pernambucano, mas com o tempero adicional é que esses “espelhos” estão próximos da aposentadoria e são referências de verdade, dentro e fora de campo, como Magrão, Durval, Grafite, Léo Moura, Júlio César e Marco Antônio, por exemplo.

Em geral, o Trio de Ferro há muito não tinha uma safra de veteranos tão boa para servir de exemplo para o crescimento dos pratas-da-casa, sem nenhum “bad boy” problemático na lista. Em busca de a quantas andam essas relações, e se elas existem de fato atualmente, a Folha de Pernambuco buscou alguns nomes da base de Sport, Santa Cruz e Náutico, além dos ídolos, descobrindo a desmistificação de um alvirrubro e até mesmo um “filho adotivo” do paredão rubro-negro.

Aos 39 anos e com sua carreira vitoriosa chegando à sua reta final, o goleiro Magrão descobriu um “filho”, nascido em Alagoas, na pequena Girau do Ponciano, localizada a 160 quilômetros da capital Maceió. Ostentando 1,97m aos 20 anos, Mailson, que chegou à Praça da Bandeira em 2014, também exerce a mesma função do “pai”.

Essa “paternidade” foi descoberta pela torcida do Sport. No último dia 2, o jovem promissor defendeu duas cobranças de pênalti na decisão contra o Atlético/MG, carimbando a vaga leonina para as semifinais da Copa do Brasil Sub-20. Com os rubro-negros em puro êxtase pelo feito, o coro veio quase que naturalmente: “Ão ão ão, filho de Magrão”. A manifestação claramente referenda a fama de pegador de penalidades máxima que o veterano Magrão possui. Afinal, foram 25 cobranças da marca da cal defendidas em 11 anos de Ilha do Retiro.

Gigante, porém ainda tímido, Mailson não esconde a felicidade com o apelido de “Filho de Magrão” dado pela torcida, admitindo que tem o profissional como sua grande referência. “Me espelho muito no profissionalismo dele. Ele me ensina e me incentiva bastante. É um exemplo desde os meus 15 anos, quando via os vídeos dele na internet.

Quero seguir os passos dele no Sport e conquistar muitos títulos”, projetou o jovem, que também se mostrou ciente da excelente oportunidade de ter um professor bem pertinho por, pelo menos, mais um temporada, já que Magrão renovou seu vínculo com o Leão até o final de 2017, quando já admitiu que planeja pendurar as luvas. “É uma honra.

Quero aproveitar cada minuto para aprender ao máximo com ele”, comentou, destaque do Sub-20, mas que ainda não realizou nenhuma partida como profissional.

Com a sua humildade já característica, Magrão não foi apenas elogios ao seu “filho”, mas também revelou alguns conselhos que fazem parte da relação dos dois.

“Geralmente os garotos se espelham em alguém de fora do Estado ou até mesmo do País, mas fico muito honrado quando vejo a admiração de Mailson por mim. É um menino que trabalha muito e sabe escutar os nossos conselhos. Nem todo garoto tem essa maturidade. Garanto que dará muita alegria ao Sport”, assegurou Magrão.
Olhares atentos

Campeão Paulista, Brasileiro, da Libertadores e Mundial, o goleiro Júlio César também é uma referência no futebol do País. E os garotos da base do Náutico são privilegiados em conviver e aprender diariamente com o experiente arqueiro. Bruno, de 22 anos, é um dos felizardos da safra alvirrubra oriunda do CT Wilson Campos.

Em pouco mais de dois anos de parceria no clube, o camisa 1 pôde passar o que sabe dentro das quatro linhas e ajudar de alguma forma também fora do campo.

“Com a experiência que temos no futebol e na vida, é sempre bom passar algumas coisas para os mais novos. A responsabilidade aumenta quando você é tido como referência, mas não significa que sei mais ou menos. Do jeito que ele aprende todo dia, eu também aprendo. Fico feliz em contribuir. Trocamos ideias, analisamos outros goleiros e jogos. Sempre tem algo a ensinar e ajudar muito. Os meninos daqui são humildes, procuro colaborar da melhor forma possível”, comentou Júlio César, que, no início da carreira, contou com o apoio de Fábio Costa.

Nos treinamentos específicos é uma cena comum Bruno estar ao lado de Júlio César e Rodolpho conversando. O jovem goleiro procura tirar proveito de cada orientação nos fundamentos da posição. Em pouco mais de dois anos, ele já mostra crescimento com o auxílio dos mais experientes.

“Me inspiro nele. Já o acompanhava quando era mais novo. Gosto de tudo o que ele faz em campo, dificilmente erra e acho que isso é o diferencial. Não toma gol fácil. A cada treino, Júlio César tenta me ajudar nos mínimos detalhes, assim como Rodolpho também. Até pensei que, quando ele chegou, seria um cara chato, porque joga com a cara fechada. Mas é o jeito dele. Com a convivência, vi que era uma pessoal totalmente diferente e que tem contribuído diretamente para a minha evolução”, reconheceu Bruno.

A chance da vida
Tudo aconteceu de forma repentina para o zagueiro Eduardo, de 20 anos. O jovem atleta, nascido no interior de Pernambuco, na cidade de Lajedo, não via em seus planos ser jogador profissional. Pelo menos, até o meio deste ano, quando desembarcou no Santa Cruz. Mas a oportunidade surgiu para o garoto, que também atua como lateral esquerdo e volante.

“Nunca imaginei, logo este ano, em que eu estava em casa, sem perspectiva de jogar bola. Até que surgiu essa chance de vim pra cá, atuar na base. Cheguei e consegui me destacar”, revelou.

E o fato de dividir os dias de treinamentos com atletas como Grafite e Léo Moura, com carreiras vencedoras, tem servido de aprendizado para o jovem. “Pra mim está sendo muito bom. Tem sido muito prazeroso estar ao lado desses jogadores, aprendendo no dia a dia, vendo como eles se comportam, escutando suas palavras. Com certeza, isso contará bastante na minha carreira”, completou.

 

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