Esportes

Momento do Santa e fase de Grafite: indissociáveis

Lapsos do bom futebol apresentado pela Cobra Coral coincidem com reencontro da bonança vivida pelo centroavante

AtômicaAtômica - Foto: Divulgação

Enquanto os jogadores do Santa Cruz desciam do ônibus, momentos antes do decisivo confronto con­tra o Independiente Medel­lín/COL, tricolores gritavam palavras de apoio, entre fo­gos e batucada. Esta cena tem sido costumeira. Um deta­lhe, no entanto, chamou a­tenção. O mesmo Grafite, que até aquele momento há três meses não fazia gols, foi um dos mais ovacionados. Dentre to­dos os atletas corais - de expressões concentradas e head­fones -, o centroavante também foi o único a responder aos febris torcedores: balançou três vezes o braço, no mesmo ritmo da música que usava seu nome como ri­ma. Mais tarde, naquele mes­mo dia, três gols haviam sido protagonizados pelo jogador. Uma noite quase perfeita.

Se apenas os três gols de Grafite tivessem sido convertidos no Arruda, naquelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, a classificação tricolor seria confirmada. O tento de Ibargüen, no entanto, decretou o fim da linha dos tricolores na competição internacional. Mes­mo assim, a partida teve seu pingo de solução para os problemas do centroavante coral. “Não é fácil para nenhum atacante ficar tanto tempo sem marcar. Passei 15 jogos. Foram mais de três meses. A cobrança, pelo período longo, é muito grande. Mas eu estava inspirado”, disse o jogador.

Impossível dissociar o período de seca do jogador com o mau momento vivido pelo Santa Cruz na Série A do Campeonato Brasileiro. Nos três meses que ele ficou sem anotar gols, o Santa Cruz jogou 16 partidas na Primeira Divisão. Foram dez derrotas, três empates e apenas três vitórias. Ou seja, um aproveitamento de 25%. Por outro lado, no início da competição, quando o jogador foi avassalador, com oito gols em 11 jogos, os núme­ros foram diferentes. O San­ta Cruz foi derrotado em seis oportunidades, mas venceu, novamente, três partidas, e acumulou dois empates. O aproveitamento foi de 33,3%.

A matemática comprova a importância dos gols de Grafite dentro de campo. Fora dele, apenas os bastidores são necessários para comprovar o seu papel de líder. “Sempre procuro passar uma motivação. Minha palavra tem um peso muito grande aqui no clube. Todos ficaram felizes com meus gols”, contou. O elenco do Santa Cruz, inclusive, completou três meses sem receber os salários. Um dos líderes do grupo, o ídolo coral relatou que a falta de dinheiro tem tirado o sono de alguns atletas. “É delicado mesmo, viu? Alguns jogadores já têm um padrão no futebol. Podemos nos dar ao luxo de ficar meses sem receber. Mas outros jogadores, não. Se atrasar um mês, já fica difícil. Quando esse problema financeiro acontece, atrapalha”, relatou. Grafite, além de outros jogadores de maior estabilidade financeira, tem até ajudado com dinheiro estes colegas e funcionários de outros setores do clube.

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