O duro despertar do futebol sul-americano
O Atlético, porém, não só não venceu o título, como sequer disputou a final, sendo derrotado nas semifinais pelo Kashima Antlers (3x0).
O Mundial de Clubes, finalizado no domingo com o título do Real Madrid, foi decepcionante para os representantes do futebol latino-americano e as perspectivas de futuro são difíceis para um continente que não só perde terreno para a Europa, mas também se vê ameaçado por Ásia e África.
O Atlético Nacional, da Colômbia (3º), e o América mexicano (4º) não alcançaram os objetivos de brigar pelo título, tendo que se contentar com a disputa pelo terceiro lugar.
O campeão sul-americano sonhava com o título para dedicá-lo à Chapecoense, a equipe brasileira que viu seu elenco ser praticamente todo dizimado no acidento aéreo ocorrido há três semanas, quando voava rumo a Medellin para disputar a final da Copa Sul-Americana.
O Atlético, porém, não só não venceu o título, como sequer disputou a final, sendo derrotado nas semifinais pelo Kashima Antlers (3x0).
Ao ser perguntado se a América do Sul estava perdendo ainda mais terreno em relação aos outros continentes, o técnico colombiano Reinaldo Rueda foi enfático. “Pelas estatísticas é possível dizer isso”, respondeu.
Rueda lamentou ainda o sangramento de jogadores para a Europa. “Nosso talento está alimentando o futebol europeu graças a seu poder econômico e essa será a tendência até que não se criem verdadeiras empresas e que exista capacidade organizacional para potencializar melhor esse talento latino, que existe”, analisou.
Rueda sentirá isso na pele, já que perdeu diversos jogadores que se consagraram ao conquistar a Copa Libertadores e terá que reconstruir uma equipe sem quatro ou cinco habituais titulares.
América
O técnico do América, o argentino Ricardo La Volpe, se consolou com o feito do “América ter mostrado que o futebol mexicano é competitivo”, mas pediu mudanças para que possa evoluir.
La Volpe pediu à Conmebol e à Concacaf para que cheguem a um acordo e permitam que as equipes mexicanas sigam tendo o direito de disputar as competições organizadas pela América do Sul e para que, um dia, as duas entidades se unifiquem e se tornem um órgão.
“Nos falta experiência internacional”, declarou La Volpe. “Competir internacionalmente é bom e precisamos enfrentar as melhores equipes da América do Sul, porque o nível do México é muito superior aos adversários da Concacaf”.
O futebol mexicano, que tradicionalmente disputa a Copa Libertadores como convidado, ficará de fora da competição sul-americana em 2017 devido à mudança de calendário, que entrará em conflito com os campeonatos locais e da Concacaf.
Rueda lembrou que “nos últimos anos nos beneficiamos com este intercâmbio de culturas futebolísticas e foi bom tanto para o México como para a América do Sul”.
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