Orçamento das Olimpíadas de 2020 quadriplica
Segundo relatório solicitado pela governadora de Tóquio, o valor das obras pode passar de R$ 95 bilhões
Eleita nova governadora de Tóquio em julho último, Yuriko Koike, de 64 anos, disse que, entre outras ações, faria uma revisão nas bases orçamentares relacionadas à realização dos Jogos Olímpicos de 2020. Nesta semana, o resultado de um relatório solicitado por ela revelou que os gastos totais podem ultrapassar a casa dos R$ 95 bilhões caso não haja mudanças nos projetos. Os investimentos seriam em construções, manutenção de instalações e segurança.
Essa quantia é quatro vezes maior do que a estimativa de custo inicial, que girava em torno de R$ 23 bilhões e, por isso, o governo de Tóquio está revisando o projeto. Entre as sugestões feitas para enxugar o orçamento está remodelar instalações já existentes, como o centro aquático de Tóquio, ao invés de construir novos locais de competição, sob o risco de se tornaram “elefantes brancos”. O posicionamento de Yuriko choca com as pretensões do Comitê Organizador da Olimpíada de Tóquio, que se posicionou dizendo que algumas mudanças são impossíveis e outras podem até custar mais caro.
Essa não é a primeira polêmica envolvendo os Jogos de 2020. A própria eleição de Tóquio como cidade-sede foi marcada por situações embaraçosas. A eleição é investigada pela justiça francesa sob suspeita de corrupção. Fora isso, o primeiro projeto do estádio olímpico foi anulado por ter sido considerado muito caro e a logomarca inicial do evento foi retirada de circulação após acusações de plágio.
Prazo
O governo do Japão aprovou nesta sexta-feira o contrato para a construção do estádio olímpico para os Jogos de 2020, com um valor de US$ 1,5 bilhão (R$ 4,8 bilhões). Segundo o planejamento oficial, as obras devem ter início em dezembro, após mais de um ano de atraso devido ao alto custo e desaprovação do design por parte da população em relação ao projeto inicial apresentado, desenvolvido pela iraniana Zaha Hadid - o contrato proposto anteriormente era de US$2,65 bilhões (R$8,64 bilhões).
A previsão de entrega agora é para novembro de 2019, cinco meses antes do prazo antes proposto. A governadora Yuriko Koike disse que vai acompanhar de perto a construção do estádio, com atenção principalmente aos altos custos. Há ainda a existência de um painel para discutir exclusivamente o uso da instalação após o evento. “Pelo fardo que devemos dividir, eu vou garantir que será utilizado pelas pessoas de Tóquio e elevar minha voz quando for necessário”, destacou a governante.