Proibição de torcida é "enxugar gelo", diz presidente de Associação da PF
Presidente da Associação dos Servidores da Polícia Federal no Estado de Pernambuco sugere ação integrada de inteligência entre Executivo e Judiciário
A decisão do Governo de Pernambuco de proibir torcida nos próximos cinco jogos do Sport e do Santa Cruz no Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste, após uma série de incidentes de violência das torcidas organizadas, tem sido alvo de crítica dos clubes, torcedores e profissionais de segurança pública.
Está proibida a presença de torcedores nos estádios nos jogo que forem organizados pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) ou Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Serão cinco jogos sem torcida para cada um dos dois times, sejam entre eles ou contra outras equipes.
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Integração
“Tem que ser uma força tarefa que seja eficaz. Não adianta, enxugar gelo desse jeito. Você prende o bandido e ele é solto no outro dia. Não existe uma política ainda de prevenção”, avalia Edmilson de Oliveira Miranda, presidente da Associação dos Servidores da Polícia Federal no Estado de Pernambuco (Ansef-PE).
Segundo ele, é preciso que o poder público das diversas esferas estejam integrados nas políticas públicas de inteligência em segurança para evitar eventos como o que foram presenciados no último clássico das multidões. E medidas de proibir público se mostraram ineficazes. “Essa proibição de entrar no estádio só vai prejudicar o cidadão que conseguirá ir ao jogo. O estado tem é que tomar as medidas que tire de circulação esses bandidos, acabar as torcidas organizadas”, sugere.
Inteligência
"Colocar a inteligência para trabalhar e, com isso, identificar os criminosos. E não é difícil fazer isso, fazer um trabalho preventivo. Vi algumas ações de prender esse pessoal das torcida organizadas, mas eles entram hoje e saem amanhã, ninguém sabe de nada”, criticou.
O presidente da Ansef-PE lembrou casos emblemáticos de violência que aconteceram em Pernambuco, a exemplo do vaso sanitário atirado do estádio do Arruda e do torcedor do Náutico que foi baleado. “Isso tem que acabar, essa marginalidade. Tem que tirar o bandido da rua e não tirar o lazer de cada um. No final das contas, o torcedor que saiu punido pois não poderá ir ao estádio, o torcedor de bem”, argumentou.