Sem Erick, Giovanni assume protagonismo no Náutico
Atleta já anotou dois gols na Série B espera fazer pelo menos mais três, além de dar assistências
Um time de vários líderes. O “oficial”, com a braçadeira de capitão, é Amaral. Gilmar, um dos mais rodados do elenco, é o “líder moral”. A referência técnica caía nos ombros de Erick, revelação desta temporada. Os dois primeiros continuarão no Náutico até o fim de 2017, mas o atacante está de malas prontas para o Braga/POR. Abre-se uma lacuna que, dentro da mesma equipe, pode ser fechada. Aos 23 anos, com experiência de conquistas históricas e fases conturbadas, o meia Giovanni espera se consolidar como novo protagonista do clube.
Em 2012, Giovanni era uma jovem revelação do Corinthians, integrando o elenco campeão mundial sob o comando do técnico Tite. “Ele é incrível. Tudo que está acontecendo na carreira dele não é à toa. Desde aquela época já tinha uma filosofia diferente”, relembrou. Na época com 18 anos, o atleta poderia ser o “Erick” do Timão, mas não teve uma trajetória ascendente. Nessa história, a culpa não é depositada em “terceiros”.
“Tenho personalidade forte e meu comportamento acabou atrapalhando minha carreira. Ficava chateado por não jogar e não conseguia esconder minha fisionomia. Passei por clubes como Atlético/PR, Ponte Preta e Tigre/RJ, mas não tive sequência. Eu sempre voltava para o Corinthians, mas nunca recebia chance lá. Decidi não renovar com eles e passei por um momento difícil até o Náutico abrir as portas para mim”, afirmou.
Engana-se, porém, quem imagina um Giovanni ressentido pelas chances desperdiçadas. “Aprendi errando e descobri que às vezes você precisa ficar quieto e trabalhar. Hoje estou mais tranquilo e acho que sou uma pessoa melhor. A cabeça está voltada mais à frente da minha idade. Tenho experiência que muitos jogadores vão encerrar a carreira e não terão”, revelou.
É esse novo Giovanni que está pronto para assumir a responsabilidade de ser a principal referência ofensiva após a saída de Erick. “Ele é um garoto diferente, com características de gols e dribles. Sei que, sem ele, a minha responsabilidade aumentará. Mas aceito carregá-la”, frisou.
A barba e o jeito sereno dão a sensação que Giovanni já faz parte dos veteranos do clube, mas a idade e as metas reforçam que ainda existem dentro de si os sonhos de garoto. Só que com uma maturidade construída após altos e baixos. “Não costumo fazer muitos gols. Já fiz dois e espero fazer uns cinco, ajudando também os companheiros com assistências. Hoje eu também me sinto preparado para ficar um tempo na Europa. Mas antes disso preciso fazer bem o meu papel aqui e ajudar o Náutico a se livrar do rebaixamento”, completou.
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