Esportes

Sem Lei de Incentivo, Brasil Open tem futuro incerto

No site do Brasil Open, assim como em suas mídias sociais, não há qualquer referência ao torneio de 2019

Thiago Monteiro, tenista brasileiroThiago Monteiro, tenista brasileiro - Foto: Arun Sankar/AFP

A partir do dia 5 de janeiro, até 7 de março, o ginásio do Ibirapuera, em São Paulo está reservado para a realização do Brasil Open. Mas isso não significa que o evento vá de fato ocorrer.

Faltando pouco mais de dois meses para o segundo torneio de tênis mais importante do país, a sua viabilidade ainda está em xeque. Os organizadores asseguram que o evento ocorrerá, mas se negam a dar mais detalhes.

Até agora, a comissão técnica vinculada ao Ministério do Esporte que discute a aprovação de projetos pela Lei de Incentivo ainda não votou o pleito da Asbra (Associação Brasileira para Criação e Desenvolvimento de Modalidades Esportivas).

Existe a possibilidade de essa análise ocorrer na última reunião do ano, em 19 de dezembro, caso o conselheiro que pediu vistas, o advogado Márcio Fernando Andraus, esteja presente. Caso contrário, a decisão será adiada por mais um mês.

A Asbra pediu autorização para captar R$ 6,7 milhões -mais do que nos últimos dois anos, somados. Em 2016, quem pleiteou recursos foi o Instituto Cidadania Através do Esporte, que recebeu autorização para captar R$ 1,8 milhões. Em 2017, já com a Asbra, o Brasil Open pôde captar R$ 2,3 milhões. Para 2018, foram autorizados R$ 3,8 milhões, dos quais R$ 3,3 milhões foram de fato captados.

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Principal doadora (R$ 1,7 milhões para a edição passada), a Vivo não garante que continuará como patrocinadora máster. Em nota à reportagem, a empresa de telefonia disse que "avalia a continuidade do patrocínio" enquanto aguarda a aprovação do projeto pelo Ministério dos Esportes". No ano passado, a Vivo sozinha foi responsável por metade do financiamento ao evento.

Segunda principal doadora para o evento em sua edição passada (R$ 880 mil), a Mapfre Seguros também não promete patrocinar o torneio em 2019. Em nota, disse que o o seu planejamento de patrocínios e apoios para o ano de 2019 está em andamento, "razão pela qual não há confirmação sobre sua participação no Brasil Open."

No site do torneio, assim como em suas mídias sociais, não há qualquer referência ao torneio de 2019 -sequer data de realização. É como se ele não existisse, exceto o fato de fazer parte do calendário da ATP para acontecer na semana do dia 25 de fevereiro.

Marcado para a semana anterior, o Rio Open vende ingressos desde setembro, realizou em São Paulo torneio para escolher um convidado e até anunciou participantes. Perdeu o apoio do Itaú, segundo principal patrocinador desde sua primeira edição, mas já o substituiu pelo Santander.

Em São Paulo, entender a organização do Brasil Open é tarefa complicada. O torneio trocou quatro vezes de donos nos últimos anos, com a cada um ano um proponente se apresentando ao governo federal como o "dono" da chancela do torneio. Além disso, a ATP não reconheceu como verdadeira a carta supostamente emitida por ela para o governo brasileiro informando que a Asbra seria a organizadora do evento.

Independentemente da proponente da vez, o Brasil Open sempre foi organizado pela Koch Tavares. Nesta semana, a reportagem perguntou à assessoria de imprensa do evento se, mais um vez, a Koch será responsável pela organização. Não obteve resposta.

A assessoria também não respondeu quais patrocinadores estão confirmados nem por que houve reserva do ginásio por dois meses -a SELJ cobra aluguel por dia e diz que "o contrato do Brasil Open de Tênis ainda está em análise pela pasta".

Antiga gigante do marketing esportivo, a Koch Tavares tem sofrido para manter seus eventos. Nos últimos anos, teve diversas vezes seus bens e contas bancárias bloqueados por decisões judiciais, o que chegou a incluir a bilheteria do Brasil Open.

Ao mesmo tempo, não foram raras as ocasiões em que fornecedores do torneio reclamaram não terem recebido o acordado, o que já causou ao menos duas condenações na Justiça de São Paulo. Inscrita no Cadin, a empresa não pode ser subcontratada com recursos da Lei de Incentivo, por exemplo.

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