Futebol

Sport tentará acordo com Adryelson após ação solicitando rescisão e pagamento de R$ 3,4 milhões

Vice-presidente do clube, Augusto Carreras, e presidente leonino, Yuri Romão, explicaram a antiga negociação envolvendo Leão, atleta e Al Wasl

Yuri Romão, presidente do SportYuri Romão, presidente do Sport - Foto: Anderson Stevens/Sport Club do Recife

O Sport se pronunciou oficialmente nesta sexta (10) em relação ao pedido do zagueiro Adryelson de rescisão indireta de contrato, além do pagamento de R$ 3,4 milhões, envolvendo débitos antigos. O presidente rubro-negro, Yuri Romão, indicou que tentará um acordo com o jogador para que "nenhuma parte seja prejudicada"

"Fomos surpreendidos com a notificação de que havia uma cobrança de (pagamentos) atrasados com o atleta. Todos os esforços foram feitos para que nem o atleta, nem o clube tivessem prejuízos. A nossa gestão não participou dessa negociação, mas não podemos deixar o clube ser prejudicado neste momento", informou o presidente. Em seguida, o vice-presidente leonino, Augusto Carreras, detalhou como foi feito o acordo na época com o jogador e os empresários.

De acordo com o dirigente, Adryelson tinha contrato com o Sport até 31 de dezembro de 2021 e, em maio do ano passado, foi procurado pela gestão da época para prorrogar o vínculo até 30 de julho de 2023. O contrato foi reajustado em termos de valores e o Sport detinha naquele momento 65% dos direitos econômicos do atleta, com 35% de um parceiro, o Coimbra Futebol Clube. A prorrogação foi assinada em 15 de maio, com o clube abrindo mão de 45% dos direitos, ficando com 20% da negociação. Adryelson passou a ter 45%, com o Coimbra tendo 35%. 

Com a renovação, o Sport, que devia em torno de R$ 1 milhão ao atleta, entre salários, imagem, premiação e FGTS, não negociou o pagamento, com o débito permanecendo congelado. O jogador foi emprestado ao Al Wasl, dos Emirados Árabes, com o empréstimo terminando em junho de 2022. No contrato, era dito que, se o clube árabe quisesse comprar o jogador, teria de pagar 1,5 milhões de dólares. No dia 12 de maio, o clube informou aos diretores rubro-negros que o clube não exerceria o direito de compra, fazendo uma contraproposta. 

A intenção dos árabes, na contraproposta, era de que o Sport cedesse 100% dos direitos do jogador, ficando com 15% de uma venda futura. A proposta foi negada pelo Leão e, no dia 16 de maio, os pernambucanos comunicaram a decisão aos representantes de Adryelson e ao Al Wasl que não aceitava as condições propostas, aguardando o término do contrato para que o jogador se apresentasse na Ilha do Retiro em julho.

Os empresários de Adryelson procuraram dirigentes do Sport e informaram que a diretoria do Al Wasl foi modificada e que a atual possuia interesse em manter o jogador, mas que não poderia pagar o valor vigente. O Sport não queria abrir mão dos 20% - o que corresponderia a 300 mil dólares

No dia 31 de maio, com presença do representante do atleta e de dirigentes do Sport, houve uma reunião para definir o assunto. O Leão ratificou a decisão de que não abriria mão dos 20%. O Coimbra, posteriormente, abriu mão de receber um valor no momento, mas mantendo o percentual dos direitos. O jogador também estava disposto a abrir mão dos 45% que teria direito na negociação. No dia 3 de junho, os pernambucanos informaram que foram surpreendidos com a notificação apresentada por Adryelson, dando 48 horas para quitar toda a dívida.

Como o Sport não quitou o pagamento no prazo, uma ação judicial foi colocada, cobrando o pagamento de R$ 3.446.680,00, além da rescisão de contrato indireta. “Na condição de presidente do Sport, eu me coloco à disposição do atleta Adryelson, bem como de seu staff, para tentar, mais uma vez, sentar à mesa e buscar o entendimento. Vejo que há espaço para que a gente converse, com um acordo em que as partes possam sair com algo que seja justo. Nem o Sport ser penalizado, nem o atleta sair sem receber o que tem direito. Eu me coloco à disposição e reitero a torcida o nosso compromisso com a transparência”, reforçou Romão.

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