Wada suspeita que hackers alteraram dados de atletas
Em comunicado, a Agência Mundial Antidoping considera a ação como um "golpe baixo" aos atletas limpos
A Agência Mundial Antidoping (Wada) considera que os hackers que publicaram os documentos confidenciais de mais de cem atletas recentemente podem ter manipulado alguns dos dados.
"Durante sua investigação, a Wada estabeleceu que todos os dados publicados pelo grupo Fancy Bears (...) não refletem com precisão os dados Adams (sistema de gestão e localização da Wada)", afirma a agência em um comunicado.
O grupo russo de espionagem informática Tsar Team (APT28), também conhecido como "Fancy Bears", está por trás da origem do vazamento e da divulgação de informações médicas consideradas confidenciais. Isso aconteceu durante todo o mês de setembro.
Entre os atletas expostos pelos hackers estão as tenistas americanas Serena e Venus Williams, além do espanhol Rafael Nadal, a ginasta americana campeã olímpica, Simone Biles, e os ciclistas britânicos Bradley Wiggins e Christopher Froome. Na mais recente lista divulgada, apareceu ainda o ginasta Diego Hypolito, único brasileiro presente em todas as listas que foram expostas.
Em todos os casos, os documentos são autorizações concedidas pelas instâncias para o uso de algumas substâncias, geralmente utilizadas em casos crônicos. Não revelaram, portanto, nenhuma infração ou exame antidoping positivo, pois, embora os produtos apareçam na lista de substâncias proibidas, foram liberados para tratamentos.
"Os atos criminosos realizados por este grupo de espionagem cibernética, que tem como objetivo desacreditar o programa das AUT (Autorização de Uso Terapêutico) e o trabalho da Wada na proteção de um esporte limpo, são um golpe baixo nos atletas inocentes cujos dados pessoais foram expostos", completa a agência.