Várias refeições antes da prova de fogo

Na sexta, a PGR afirmou que a PEC é inconstitucional. Governo rebateu

Fúria em Alto Mar - Reprodução / Youtube

Os encontros têm sido diários. “Café da manhã, almoço e jantar”, contabiliza um deputado federal, em reserva, referindo-se à frequência com que ministros e o próprio presidente Michel Temer têm recebido parlamentares para articular a aprovação de medidas, consideradas essenciais para o Palácio do Planalto. É o caso da PEC 241, que limita os gastos da administração federal pelos próximos 20 anos. Na última segunda-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recebeu algumas bancadas. Deu-se um jantar na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. De Pernambuco, estavam Danilo Cabral e Tadeu Alencar. Para hoje, há outro jantar previsto; desta vez, no Palácio da Alvorada, com toda a base aliada da Câmara Federal. A preocupação é garantir quórum para a votação da PEC 241, sobretudo porque, na próxima quarta-feira, é feriado e, na última sexta-feira, o governo não conseguiu contabilizar os 50 parlamentares dos quais precisava para instalar a sessão, que contaria prazo para que a matéria fosse votada amanhã, como estava previsto. Houve quem visse, nisso, recado “da base fisiologista”. A votação, então, ficou para a terça. É preciso 308 deputados para aprovar a proposta. A despeito dos muitos encontros, o titular da Fazenda não está disposto a ceder e, em razão disso, parte da bancada do PSB, por exemplo, não deve comparecer para provar o menu, oferecido pelo presidente hoje. A votação da PEC será a grande prova de fogo da gestão Temer, que trabalha, pessoalmente, para convencer a base a votar.

Poupança
“A PEC como está posta, a única coisa fora do teto é para o pagamento da dívida. Vamos passar 20 anos juntando para pagar dívida a banco”, queixa-se o deputado federal Danilo Cabral. “Temos que procurar equilíbrio fiscal, mas temos que dar resposta ao equilíbrio social”, argumenta.

Sinais > Entre graduados palacianos, há quem aposte a importância atribuída, hoje, no Governo do Estado, à aliança entre o PSB e o PMDB sinaliza para construção de um caminho de volta, do deputado federal Jarbas Vasconcelos, ao Senado, em 2018.

Indigestão > Lula Cabral não engoliu a presença do vice-governador, Raul Henry, no palanque de seu adversário, Betinho Gomes. Em Caruaru, aliados do prefeito José Queiroz dispararam queixa semelhante, mas nas coxias: “Se o Palácio das Princesas estava neutro, por que o vice-governador, Raul Henry, veio aqui fazer campanha para Tony Gel?”.

Vem sempre aqui > O ex-deputado federal Paulo Rubem circulava por Olinda, na sexta, onde teve conversa com o vereador eleito do Recife, Rinaldo Júnior. Foi quando o candidato Professor Lupércio caminhava no Varadouro e Paulo Rubem tratou de ir lá hipotecar apoio a ele.

No ar > O programa Ponto de Vista, da TV Tribuna, iniciou, ontem, uma série de entrevistas com os candidatos da RMR. A jornalista Eliana Victório abriu a agenda com os prefeituráveis de Jaboatão: Anderson Ferreira, do PR e Neco, do PDT. As entrevistas seguem, nos próximos dois sábados, com os postulantes de Olinda (15) e Recife (22).

Reforma 1 > Pela quantidade de deputados estaduais eleitos para comandar prefeituras, uma reformulação na administração Paulo Câmara já é esperada para janeiro próximo. O tempo deve casar com o período das posses.

Reforma 2 > “Deve ser uma arrumação que fale para 2018, uma arrumação para a gestão e para Alepe, onde será preciso reforçar o coro governista”, observa um membro da base do governo, em reserva.