Dólar acompanha alta externa e da curva de Treasuries e fala de Lula ajuda
Às 9h28, o dólar à vista subia 0,37%, a R$ 5,8154
O dólar opera em alta no mercado à vista, alinhado à valorização externa da divisa americana e dos rendimentos dos Treasuries. Lá fora, a libra acelerou a queda ante o dólar, após o Banco da Inglaterra (BoE) dar sequência, pela terceira reunião seguida, ao ciclo de flexibilização monetária e cortar a taxa de juros em 25 pontos-base, a 4,5%.
O euro cede também sob ameaças do governo americano de que a União Europeia deveria ser o próximo alvo das tarifas comerciais Um eventual acordo tarifário entre EUA e China ainda não se concretizou e há expectativas de que as retaliações chinesas às tarifas de Trump comecem a valer em 10 de fevereiro.
Investidores locais podem estar reagindo também à entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a rádios da Bahia, na manhã desta quinta-feira, 6. O presidente disse ter certeza de que o Congresso vai aprovar o projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda para isentar do IR as pessoas que ganham até R$ 5 mil. Lula reforçou que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal elaboraram uma medida que compense a renúncia de receita com o aumento da faixa de isenção e que essa conta recairá "nas pessoas mais ricas". Segundo ele, o objetivo é fazer "justiça social".
"Uma pessoa que ganha acima de R$ 50 mil ou R$ 100 mil tem a obrigação de pagar para que as pessoas que ganham menos não paguem", declarou.
O chefe do Executivo voltou a criticar também a antiga gestão do Banco Central, de Roberto Campos Neto, que, segundo o presidente, "deixou uma arapuca" na autoridade monetária com novos aumentos da taxa de juros já previstos para este ano.
"A gente não pode dar um cavalo de pau em um navio do tamanho do Brasil", disse Lula, poupando o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, de qualquer crítica.
Lula reafirmou que a inflação nos seus dois primeiros anos de governo foi menor que no governo de Jair Bolsonaro, seja nos primeiros dois anos ou nos dois últimos. Defendeu, ainda, que o preço dos alimentos sejam reduzidos.
"Na medida em que a gente aumenta o salário mínimo acima da inflação, aumenta a massa salarial, precisamos compensar com uma redução do preço dos alimentos. Se comparar a inflação dos últimos dois anos, de 7,6%, e com os dois primeiros anos do Bolsonaro, de 27,4%. Nos últimos dois anos do Bolsonaro, foi 22% Nós estamos trabalhando, conversando com empresários, usando a competência da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário", declarou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, afirmou em entrevista à Globonews que a alíquota média do IVA será de 22% e disse que o presidente Lula pretende chamar a Advocacia-Geral da União (AGU) para verificar se há qualquer tipo de inconstitucionalidade na reforma dos impostos cobrados sobre a renda. Haddad reforçou seu compromisso de permanecer no cargo até o fim do mandato de Lula. Ele afirmou que a peça orçamentária não terá dificuldades para ser aprovada pelo Congresso, que a 'bola' dos supersalários está com o Senado e que não pretende ser candidato à Presidência em 2026.
Às 9h28, o dólar à vista subia 0,37%, a R$ 5,8154. O dólar para março ganhava 0,33%, a R$ 5,8405.