Coreia do Sul

Presidente afastado da Coreia do Sul deixa a prisão

Justiça suspendeu mandado de prisão na última sexta-feira; Yoon Suk Yeol foi detido acusado de liderar uma insurreição ao tentar instituir lei marcial no país

Presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol acena a seus apoiadores após deixar prisão. - Yonahap / AFP

O presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, detido desde 15 de janeiro após sua tentativa de impor lei marcial em dezembro, foi solto neste sábado.

Yoon, de 64 anos, saiu sorridente do centro de detenção e se curvou diante de seus apoiadores, que o aplaudiram.

“Curvo minha cabeça em gratidão ao povo desta nação”, disse em uma declaração divulgada por seus advogados.

A soltura ocorreu depois que a Justiça sul-coreana suspendeu, na sexta-feira, o mandado de prisão do presidente afastado por questões processuais relacionadas à sua detenção.

Os promotores, que processaram Yoon por ser o “líder de uma insurreição” após sua declaração fracassada de lei marcial, não recorreram da decisão.

O então mandatário mergulhou o país no caos político com sua tentativa, em 3 de dezembro, de suspender o governo civil, uma medida que durou apenas seis horas, antes que os congressistas desafiassem os soldados armados no Parlamento para votar contra ela.

Yoon justificou seu golpe alegando que o parlamento, dominado pela oposição, estava bloqueando a adoção do orçamento e que seus rivais haviam sido infiltrados pela Coreia do Norte.

Ele sofreu impeachment logo depois e tornou-se o primeiro chefe de Estado sul-coreano em exercício a ser preso. Isso ocorreu depois de uma resistência de semanas em sua residência, onde sua equipe de segurança pessoal de elite resistiu às tentativas de detê-lo.

Além do processo criminal, Yoon aguarda a decisão do Tribunal Constitucional, que recentemente o destituiu e em breve confirmará ou negará o impeachment votado pelo parlamento em dezembro.

Paralelamente, a investigação criminal por tentativa de subversão da ordem civil continuará, mesmo que seu impeachment seja confirmado.

Em seu julgamento perante o Tribunal Constitucional, Yoon se defendeu em seu argumento final dizendo que o país estava enfrentando “uma crise existencial”.