TÊNIS

Sindicato de Djokovic processa entidades do tênis por práticas anticompetitivas

Acusações se baseiam em organizações de conspirarem para 'fixar premiações e suprimir ganhos dos jogadores', impor um 'calendário insustentável'

Novak Djokovic - Vince Caligiuri/Tennis Australia/AFP

O sindicato de tênis cofundado por Novak Djokovic anunciou nesta terça-feira uma série de ações judiciais contra as principais entidades que governam o esporte, alegando "restrições anticompetitivas e práticas abusivas".

A Associação de Tenistas Profissionais (PTPA) afirmou que está processando a Associação de Tenistas Profissionais (ATP), a Associação de Tênis Feminino (WTA), a Federação Internacional de Tênis (ITF) e a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) nos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

Fundada por Djokovic e pelo canadense Vasek Pospisil em 2020, a PTPA conta com 20 jogadores envolvidos em pelo menos uma das ações judiciais.

"As ações expõem abusos sistêmicos, práticas anticompetitivas e um total desrespeito pelo bem-estar dos jogadores que persistem há décadas", afirmou a PTPA em comunicado. "ATP, WTA, ITF e ITIA operam como um cartel, impondo uma série de restrições draconianas e práticas abusivas."

"O tênis está quebrado", disse Ahmad Nassar, diretor-executivo da PTPA. "Por trás da imagem glamourosa que os réus promovem, os jogadores estão presos em um sistema injusto que explora seu talento, suprime seus ganhos e coloca em risco sua saúde e segurança."

O sindicato acusa as entidades de conspirarem para "fixar premiações e suprimir ganhos dos jogadores", impor um "calendário insustentável" e explorá-los financeiramente.

A PTPA também critica a falta de preocupação com os jogadores, forçados a competir sob calor extremo de 38°C, disputar partidas que terminam às 3h da manhã e jogar com bolas diferentes que podem causar lesões.

Outras denúncias incluem a propriedade dos direitos de imagem, restrições a patrocínios e o "sistema draconiano de pontos do ranking".

Além disso, a entidade reclama da violação de privacidade dos atletas, que seriam submetidos a "buscas invasivas em dispositivos pessoais, testes antidoping aleatórios no meio da noite e interrogatórios sem representação legal".

Além de Djokovic e Pospisil, o conselho executivo da PTPA inclui Hubert Hurkacz, Ons Jabeur, Bethanie Mattek-Sands, Taylor Townsend e SaiSai Zheng. Entre os joadores que aderiram à ação nos Estados Unidos estão Nick Kyrgios, Varvara Gracheva e Reilly Opelka. No Reino Unido, Corentin Moutet e Taro Daniel fazem parte do processo.