INFLAÇÃO

Haddad: Brasil precisa crescer, mas governo está cuidando para inflação ficar sob controle

"O mercado tem 2%, nós estamos em 2,5%, é a primeira vez que nós estamos mais pertinho do outro", brincou o ministro

Fernando Haddad, ministro da Fazenda - Ministério da Fazenda/Divulgação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 11, que a economia brasileira precisa continuar crescendo, mas que também é necessário manter a inflação sob controle. Ele repetiu a previsão de aumento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

"O mercado tem 2%, nós estamos em 2,5%, é a primeira vez que nós estamos mais pertinho do outro", brincou Haddad, em uma entrevista à BandNews FM e à BandNews TV.

Haddad relembrou a disparada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 10,06% em 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e na saída da pandemia de covid-19, para afirmar que a atual gestão tem cuidado para manter a inflação brasileira sob controle.

"Nós estamos cuidando para isso ficar longe do nosso horizonte, ela deu uma galopada, vamos trazer já para baixo para não ter susto", afirmou o ministro da Fazenda.

Medidas como consignado não vão atrapalhar combate à inflação
O ministro disse acrescentou que medidas anunciadas pelo governo, como o novo crédito consignado privado, não vão atrapalhar o combate à inflação. O Banco Central tem repetido que uma desaceleração da economia é necessária para fazer o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) convergir ao centro da meta, de 3%.

"Tanto do ponto de vista fiscal quanto do ponto de vista monetário, se tomaram medidas no sentido de conter a inflação, já prevendo esse repique", ele disse, em uma entrevista à BandNews FM e à BandNews TV. "Então, preventivamente, já antes de acontecer, nós já tomamos medidas para, se acontecesse, a inflação ser controlada num horizonte razoável."

Haddad afirmou que a supersafra brasileira e a queda dos preços de commodities devem colaborar para diminuir a inflação. A turbulência externa, que tornou o cenário mais incerto, começou antes da eleição do presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciou uma série de tarifas sobre a importação de produtos

"Nós estamos vivendo isso, mas nós estamos tomando as medidas necessárias para reverter essa situação", afirmou Haddad.

O ministro acrescentou, ainda, que o novo consignado privado não poderia esperar, já que visa reduzir os juros do crédito pessoal, saindo de mais de 5% ao mês para menos de 3% ao mês - esta última taxa, no caso dos bancos públicos, elogiados por Haddad.

"Você está trocando uma dívida muito cara por uma dívida bem menos cara", disse ele. "O ideal é a gente atingir patamares de taxa de juros do mundo civilizado, mas para isso muitas reformas precisam ser feitas, como essa do crédito consignado, como foi o caso do marco de garantias."