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Por que o Papa Francisco escolheu ser chamado por esse nome?

Escolha do nome papal serve como um sinal de como o Pontífice quer liderar a Igreja

Papa Francisco acena para multidão durante audiência geral semanal, em março de 2024, na Praça de São Pedro, no Vaticano - Filippo Monteforte / AFP

Ao ser eleito o líder da Igreja Católica em 2013, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio passou a ser conhecido por Papa Francisco, tornando-se o primeiro Pontífice da história a adotar tal nome.

A escolha foi inspirada em São Francisco de Assis, um santo católico conhecido por sua humildade, compromisso com os pobres e amor pela natureza, sinalizando a forma como Bergoglio pretendia liderar a Igreja nos anos seguintes.

Segundo Francisco, a escolha se deu por influência de uma fala de seu amigo e colega cardeal, o conclave, o brasileiro Claudio Hummes, durante o conclave.

Quando ficou claro que Bergoglio recebera os 77 votos necessários para ser escolhido, Hummes o abraçou e disse: "Não se esqueça dos pobres".

— Aquela palavra, os pobres, alojou-se em mim aqui — disse Francisco em uma entrevista em 2013, apontando para a cabeça. — Foi então que pensei em São Francisco [de Assis]. E então pensei em guerras e em paz e foi assim que o nome veio a mim, um homem de paz, um homem pobre.

São Francisco de Assis foi um santo católico italiano, fundador da Ordem dos Frades Menores (franciscanos).

Nascido em uma família rica, renunciou a seus bens para viver na pobreza, dedicando-se à caridade e à pregação em toda a sua vida. É considerado o padroeiro dos animais, dos pobres e do meio ambiente.

Tradição de séculos
A tradição de escolher ser chamado por um novo nome remonta ao século VI, com o Papa João II, que adotou a alcunha para evitar manter seu nome de nascimento, Mercúrio, que fazia referência a um deus da mitologia romana, ou seja, pagão.

Desde então, a maioria dos Pontífices optou por nomes que refletiam, de alguma maneira, a sua espiritualidade, valores e a missão que desejavam desempenhar à frente da Igreja Católica.

Alguns escolheram nomes de Papas anteriores, enquanto outros, como Francisco, buscaram inspiração em santos ou figuras históricas.

O último a não mudar de nome foi Papa Marcelo II, eleito em 1555. E antes de Francisco, o último a escolher um nome inédito foi o Papa João Paulo I, eleito em 1978, embora o tenha feito com uma combinação de nomes antes utilizados.

Quanto aos nomes mais comuns, são eles: João (23), Gregório (16), Bento (16), Clemente (14), Leão (13) e Pio (12), segundo o Anuário Pontifício, documento oficial do Vaticano.