Rússia anuncia prisão de suspeito de atentado que matou general na região de Moscou
Homem foi identificado como um agente das forças especiais da Ucrânia, recrutado em 2023; militar morto era alto funcionário do Estado-Maior General das Forças Armadas russas
O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia anunciou a prisão de um suspeito de ser o responsável pelo atentado que matou um alto oficial russo na sexta-feira (25), na região de Moscou.
Segundo as autoridades, o homem, supostamente ligado à Ucrânia, confessou ter plantado a bomba no carro do militar, que ocupava um cargo de destaque dentro das Forças Armadas russas.
Em comunicado, o FSB identificou o suspeito como Ignat Kuzin, apontado como integrante dos serviços especiais ucranianos. Em vídeo da confissão, cujas condições não foram reveladas, ele afirma que, seguindo ordens de um representante Kiev, intitulado Vadim, identificou a casa onde o general Yaroslav Moskalik vivia, monitorou sua rotina, comprou um carro usado, instalou explosivos e o estacionou diante da residência. O material usado para a bomba, afirmou o suspeito, foi fornecido pelos agentes ucranianos.
— A explosão foi realizada diretamente e remotamente por Vadim (que estava na Ucrânia) — disse Kuzin no interrogatório.
Além do vídeo da suposta confissão, o FSB divulgou imagens da prisão de Kuzin e de itens que teriam sido usados para construir a bomba. O governo ucraniano não se pronunciou.
Kuzin foi formalmente acusado pelos crimes de terrorismo e armazenamento ilegal de material explosivo, e pode ser condenado à prisão perpétua caso a Justiça russa o considere culpado.
Na sexta-feira, o general Yaroslav Moskalik, vice-chefe da Diretoria Principal de Operações do Estado-Maior das Forças Armadas russas, morreu quando um carro-bomba foi detonado diante de sua casa em Balashikha, na região de Moscou.
De 58 anos, o militar, conforme informou o portal Meduza, participou de negociações com a Ucrânia em 2015, um ano após o início da guerra no leste ucraniano e da anexação da Crimeia. Ele ainda atuou em operações comerciais na Síria e teria ligação com a milícia Grupo Wagner.
O assassinato se soma à longa lista de ataques contra figuras de destaque do meio político e militar da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Entre as vítimas está a filha do filósofo e não raro apontado como “guru” do Kremlin, Alexander Dugin, Daria, e militares de alta patente, como o tenente-general Igor Kirillov, chefe da divisão de armas químicas do Exército, em dezembro do ano passado.
A Ucrânia não confirmou ou negou sua participação nas mortes.