Jeff Bezos quer vender até US$ 4,8 bilhões em ações da Amazon
Divulgação acontece um dia após o relatório de resultados da varejista apontar previsão de lucro operacional abaixo das expectativas
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, planeja vender até US$ 4,75 bilhões em ações da empresa ao longo dos próximos 12 meses. As informações são da TV americana CNBC, citando um documento financeiro publicado nesta sexta-feira.
A venda de 25 milhões de papéis da empresa é parte de um plano de negociações adotado em 4 de março e que deve seguir até o fim de maio de 2026, ainda segundo o documento.
O bilionário deixou o cargo de CEO da Amazon há quatro anos, mas segue como o maior acionista da maior varejista online do mundo. Na sua primeira venda de ações da empresa desde 2021, Bezos já havia vendido cerca de US$ 13,5 bilhões em papéis da Amazon no ano passado.
Ainda segundo a CNBC, desde a saída do comando da varejista, o bilionário tem dedicado mais tempo à Blue Origin, sua empresa de exploração espacial, e ao seu fundo climático e de biodiversidade, que acumula US$ 10 bilhões. Bezos tem usado a venda de ações da Amazon para financiar a Blue Origin, bem como o Day One Fund, lançado em setembro de 2018 para oferecer educação em comunidades de baixa renda e combater a situação de pessoas em situação de rua.
Lucro reduzido
A divulgação do plano de venda das ações acontece um dia após o relatório de resultados da Amazon no primeiro trimestre deste ano. Citando tarifas e políticas comerciais que podem levar consumidores a reduzir gastos, a empresa apresentou uma previsão de lucro operacional para os próximos três meses abaixo das expectativas, informou a agência Bloomberg.
A companhia projetou um lucro operacional entre US$ 13 bilhões e US$ 17,5 bilhões, abaixo da estimativa média de US$ 17,8 bilhões. As vendas devem ficar entre US$ 159 bilhões e US$ 164 bilhões no trimestre encerrado em junho, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira. Os analistas, em média, esperavam US$ 161,4 bilhões.
As ações da Amazon caíram cerca de 13% neste ano, enquanto Wall Street avalia o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre uma operação varejista que depende fortemente de produtos da China.
Embora os investidores estejam, em geral, otimistas com os esforços da empresa para se tornar uma potência em inteligência artificial, há preocupações de que os altos investimentos em data centers não se traduzam em crescimento significativo das vendas no curto prazo.