RIO DE JANEIRO

Vítimas do homem: jaguatirica baleada, mico-leão-dourado paraplégico e fragatas cortadas por cerol

Instituto BW atua na reabilitação de animais selvagens na Região dos Lagos e no Norte Fluminense

Mico-leão-dourado paraplégico, fragata cortada por cerol e jaguatirica baleada são tratadas em centro de reabilitação - Instituto BW/divulgação

A jaguatirica alvo de mais de 20 tiros de chumbo em Trajano de Moraes, no Norte Fluminense, infelizmente, não é um caso isolado. Recentemente, em Saquarema, um mico-leão-dourado foi atingido na coluna vertebral e ficou paraplégico. Ele está no Centro de Reabilitação de Animais Selvagens Praia Seca, do Instituto BW (IBW), em Araruama, na Região dos Lagos. No mesmo estabelecimento, há ainda três fragatas, que se cortaram em linhas de pipa com cerol, em recuperação.

As aves precisaram passar por uma cirurgia no tendão, para que voltem a voar. Será necessário agora passar por sessões de fisioterapia, que acontecem internamente, mas também na praia, até que retornem à natureza.

— O cerol pega tendão, músculo, e as aves não conseguem mais voar. Tem que fazer uma cirurgia em 24 horas. Nesse caso, conseguimos consertar, mas ainda ficarão com a gente por um bom tempo — observa Paula Baldassin, veterinária e vice-presidente do IBW.

Já no caso do mico, não teve o que fazer para recuperar seus movimentos.

Jaguatirica resgatada
Os animais são "colegas" da jaguatirica, macho adulto, resgatada no último dia 15. O animal, que não recebeu nome para evitar apego, já que retornará a natureza após se recuperar, provavelmente foi vítima de uma armadilha conhecida como trabuco. A maioria dos projéteis se concentraram na região da barriga e do tórax.

Depois da remoção de 23 balas, uma próxima do globo ocular precisará ser retirada em novo procedimento cirúrgico. A jaguatirica, de pata quebrada, só passará pela operação ortopédica após passar por essa segunda intervenção.

— Está num recinto mais contido, justamente pela pata quebrada, para se restabelecer e não gastar muita energia, porque vai passar por uma cirurgia mais crítica, que talvez seja nesta semana ainda. Depois vamos começar a ver placa e pino para colocar na pata dele — explica a veterinária do IBW, ONG que atua na conservação e reabilitação de animais selvagens na Região dos Lagos e no Norte do estado.

A orientação caso encontrem animais como esses é acionar a guarda ambiental municipal, que sabem como fazer o resgate e levar os bichos para local adequado.