De olho no governo de Minas, Cleitinho acena ao PL e ''lança'' vereador para o Senado
Senador afirmou que Vile (PL) seria um "excelente parlamentar" e disse que fará convite a ele, tendo em vista as eleições do ano que vem
O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), cotado como pré-candidato ao governo de Minas Gerais, fez um gesto político significativo ao Partido Liberal ( PL) nesta quinta-feira (15).
Durante uma visita de parlamentares da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Senado Federal, Cleitinho declarou publicamente seu apoio ao vereador de Belo Horizonte Vile (PL), apontando-o como potencial candidato ao Senado em 2026.
— Hoje temos aqui dois parlamentares de Minas Gerais. Um deles é o deputado mais votado da história do estado, meu amigo e irmão Bruno Engler, e o outro é, para mim, o melhor vereador do Brasil, o Vile. O Bruno ainda não tem idade para ser senador, mas o Vile já tem — afirmou o senador, em discurso na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle.
Na sequência, Cleitinho formalizou o convite:
— Quero fazer esse convite ao Vile para vir para cá em 2027. Ele é um combatente, um excelente parlamentar, e tem tudo para representar Minas no Senado.
O gesto é visto como parte das movimentações políticas de Cleitinho em direção ao bolsonarismo. O senador lidera a corrida ao governo estadual, segundo a última pesquisa Quaest, com 33% das intenções de voto. Já o nome indicado por Romeu Zema, o vice-governador Mateus Simões (Novo), aparece com 4%.
A aproximação de Cleitinho com o PL ocorre em um momento de afastamento entre o partido e o governo mineiro. Em fevereiro, a bancada liberal na Assembleia Legislativa deixou oficialmente a base aliada do Executivo. A liderança da nova bancada independente está nas mãos de Bruno Engler.
Cleitinho e Bruno Engler têm laços políticos antigos. No ano passado, o senador apoiou o deputado para a prefeitura de Belo Horizonte, contrariando a direção nacional do Republicanos, que defendia a candidatura de Mauro Tramonte. Engler chegou ao segundo turno, mas terminou preterido por Fuad Noman.
Nos bastidores, lideranças do campo conservador avaliam que dificilmente o bolsonarismo apoiaria Mateus Simões, considerado um nome de centro e pouco conhecido do eleitorado. Dentro do próprio PL, o nome do deputado federal Nikolas Ferreira chegou a ser cogitado para a disputa ao governo, mas o parlamentar tem reiterado sua intenção de permanecer na Câmara Federal.
Apesar da liderança nas pesquisas, a eventual candidatura de Cleitinho ao Executivo é vista com ceticismo por aliados. Muitos consideram que seu perfil combativo, conhecido pelas fiscalizações e vídeos nas redes sociais, se encaixa melhor no Legislativo.
Enquanto isso, a direita mineira permanece dividida. De um lado, Cleitinho tenta consolidar seu nome como candidato popular, próximo da base bolsonarista. Do outro, Simões conta com o apoio direto de Zema e tenta construir pontes para unificar a base governista. A indefinição de Cleitinho e a ausência de um nome forte da centro-esquerda favorecem momentaneamente o vice-governador.
A esquerda em Minas tentar convencer o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a entrar na disputa. Até o momento, porém, Pacheco não confirmou intenção em concorrer.