ACORDO

Nova proposta de trégua em Gaza inclui libertação de 10 reféns em troca de 70 dias de cessar-fogo

Segundo fonte, o acordo também inclui "a libertação de vários prisioneiros palestinos"

Meninos palestinos sentam-se sobre os escombros de uma casa alvo de um ataque israelense no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza - Eyad Baba / AFP

Uma fonte palestina declarou nesta segunda-feira à AFP que uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos mediadores inclui a libertação de 10 reféns, uma trégua de 70 dias e a retirada parcial de Israel do território palestino.

A ofensiva israelense se soma ao bloqueio que agravou a escassez de alimentos, água, combustíveis e remédios. A situação gera a preocupação de um cenário de fome no território palestino.

Organizações humanitárias afirmam que a pouca ajuda que Israel permitiu entrar nos últimos dias está muito abaixo das necessidades da população.
 

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) afirmou que menos de 5% das terras agrícolas em Gaza são cultiváveis ou acessíveis, o que agrava ainda mais o risco de fome.

A catástrofe humanitária provocou uma crescente onda de indignação internacional e países aliados de Israel expressaram críticas.

O chefe do governo da Alemanha, Friedrich Merz, declarou nesta segunda-feira que "não compreende qual é o objetivo do Exército" israelense e ameaçou deixar de apoiar o governo de Benjamin Netanyahu.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principal aliado de Israel, afirmou no domingo que espera "acabar com toda esta situação o mais rápido possível".

Contudo, Jake Wood, o diretor da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos e criada para distribuir ajuda na Faixa, anunciou sua demissão no domingo.

Wood afirmou que não pode cumprir sua missão "respeitando estritamente os princípios de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência".

A organização com sede em Genebra, criada há alguns meses, anunciou em 14 de maio que pretendia distribuir quase 300 milhões de refeições nos primeiros 90 dias de operação.

O Conselho de Administração lamentou a decisão do diretor da GHF e afirmou que a ajuda começará a ser distribuída.

A ONU e várias ONGs se recusaram a participar da distribuição de ajuda desta fundação, acusada de trabalhar com Israel.