SOLICITAÇÃO

Brasil pede "investigação independente" sobre ataques de Israel na Faixa de Gaza

Manifestação ocorre um dia depois de Lula afirmar que há um genocídio cometido por Israel na região

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O governo brasileiro divulgou uma nota, nesta quarta-feira, em que defende que seja realizada uma investigação "célere e independente" sobre os ataques de Israel a palestinos em centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Segundo o Itamaraty, são "absolutamente inaceitáveis o uso da fome como arma de guerra e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos".

Na nota, o Itamaraty condena os ataques israelenses contra a Palestina nos últimos dias, deixando centenas de civis mortos e feridos. Apenas nas últimas 24 horas, destaca o comunicado, foram registradas 95 mortes no território palestino.

"O Brasil exorta à realização de investigação célere e independente acerca das circunstâncias em torno de ataques, com dezenas de mortes, em centros de distribuição de ajuda humanitária", destaca a nota.

Essa nova manifestação do governo brasileiro ocorre um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusar o governo israelense de genocida e sugerir que o país do Oriente Médio deixe de "vitimismo". Ao ser perguntado, em entrevista a jornalistas, sobre uma nota da Embaixada de Israel em Brasília, dizendo que autoridades ao redor do mundo "compram mentiras" do grupo terrorista palestino Hamas, Lula afirmou:

— [Israel] vem dizer que é antissemitismo. Precisa parar com esse vitimismo. Precisa parar com esse vitimismo e saber o seguinte: o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra.

No comunicado de hoje, o Itamaraty reiterou seu apelo pela cessação imediata dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil, incluindo mulheres, idosos e crianças. Defendeu o cumprimento ao Direito Internacional, a retirada completa das forças israelenses da Palestina ocupada, o levantamento das restrições à entrada e à distribuição de ajuda humanitária no território e a libertação dos reféns remanescentes.