Ataque do Hamas a ônibus com trabalhadores humanitários deixa cinco mortos em Gaza, diz ONG apoiada
Veículo levava mais de 20 trabalhadores, todos palestinos locais que atuavam junto à equipe americana; fundação é acusada de promover 'armadilhas' durante entrega de ajuda humanitária
Um ônibus da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), que transportava trabalhadores humanitários, foi supostamente atacado na noite desta quarta-feira a oeste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, informou a organização americana.
Segundo a GHF, ao menos cinco pessoas morreram e há temor de que outros membros da equipe tenham sido sequestrados.
O veículo levava mais de 20 trabalhadores, todos palestinos locais que atuavam junto com a equipe americana da fundação para entregar ajuda humanitária, segundo a GHF.
A GHF afirmou que ainda apura os detalhes, mas confirmou vários feridos. Em nota, classificou o ataque como "hediondo e deliberado" e ressaltou que as vítimas eram "trabalhadores humanitários".
A fundação responsabilizou diretamente o Hamas e disse que o grupo havia feito ameaças recentes à equipe. Apesar do ataque, a organização declarou que continuará sua missão de fornecer ajuda essencial à população de Gaza e divulgará novas informações assim que possível.
'Armadilhas' durante entrega de ajuda
A Gaza Humanitarian Foundation (GHF) é uma organização americana, com sede em Delaware, criada em fevereiro deste ano para distribuir ajuda humanitária em Gaza. A fundação conta com apoio do governo do presidente americano Donald Trump e do governo israelense.
A GHF tem sido criticada pela ONU e por organizações humanitárias por politizar a distribuição de ajuda. Grupos com longa atuação no setor afirmam que a fundação serve de fachada para os objetivos israelenses de esvaziar Gaza da população palestina. Antes liderada pelo diretor executivo Jake Wood, que renunciou em maio, ele questionou a neutralidade da entidade ao deixar o cargo.
Até 10 de junho, mais de 130 palestinos foram mortos por forças israelenses enquanto se dirigiam aos pontos da GHF ou durante a entrega de ajuda humanitária. Sobreviventes dos sucessivos massacres nesses locais passaram a se referir à operação, apoiada por Israel, como armadilhas, e não como ações humanitárias.