Voluntárias que distribuíam comida são agredidas por neonazistas, em Portugal
Caso aconteceu na cidade do Porto; homens estavam sem camisas, alcoolizados e se diziam filiados ao partido Chega, segundo testemunhas presentes no momento da agressão
Duas mulheres, integrantes de uma equipe de filantropia que presta apoio a pessoas em situação de rua, foram agredidas por dois homens na cidade do Porto, em Portugal. O caso aconteceu na noite desta terça-feira, enquanto a dupla distribuía alimentos aos sem-teto. Antes das agressões, eles fizeram uma saudação nazista e culparam as voluntárias pelo aumento de imigrantes no país, informou nesta quinta o jornal português Público.
De acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP), os agentes foram acionados depois do episódio e tentaram identificar os autores do crime. Um dos apontados como suspeito se recusou a apresentar os documentos aos policiais, além de ter agredido um dos funcionários com um murro. Ele foi detido, mas, na sequência, foi liberado com a condição de se apresentar periodicamente às autoridades.
"O detido, homem com 24 anos, se apresentou às autoridades judiciárias competentes, sendo-lhe aplicada a medida de apresentações semanais perante as autoridades policiais da área da sua residência, enquanto o outro interveniente, homem de 27 anos, apenas foi identificado no local", informou a PSP.
Em nota, a PSP também afirmou que foi chamada ao local porque "recebeu a comunicação de uma ocorrência de desordem na via pública, nomeadamente agressões e injúrias". Lá, patrulha entrou em contato com duas mulheres, de 45 e 50 anos, "as quais informaram que, momentos antes da chegada da PSP, tinham sido vítimas de empurrões e murros, bem como injuriadas por dois homens, com o intuito de as expulsarem à força daquele local".
Segundo os relatos ouvidos pelo Público, de testemunhas que não quiseram ser identificadas, os dois homens estariam "alcoolizados e sem camisa" e fizeram a "saudação nazi" quando se dirigiram ao grupo de voluntários, empurrando uma delas contra um carrinho da associação.
"Identificaram-se como simpatizantes do [partido nacionalista] Chega e disseram que a culpa de os números de imigrantes estarem aumentado era nossa, porque nós os ajudamos quando distribuímos comida na rua", relatou a mesma fonte.