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Diego Luna faz críticas a Donald Trump em programa de TV: "Violência e terror não são aceitáveis"

Desde que reassumiu a presidência, Trump tem endurecido as políticas de imigração, com foco especial em Los Angeles

Diego Luna na série 'Andor', da Disney - Divulgação

Na noite de segunda-feira, o ator e cineasta mexicano Diego Luna aproveitou sua participação como apresentador convidado do Jimmy Kimmel Live para criticar duramente a campanha de deportações em massa liderada por Donald Trump, tanto em Los Angeles quanto em outras regiões dos Estados Unidos. Em um monólogo forte e emotivo, Luna destacou que foram os imigrantes os verdadeiros responsáveis por construir o país.

Com bom humor, ele se apresentou como vindo de “uma galáxia muito, muito distante chamada México” e listou alguns de seus personagens mais conhecidos — “Cassian Andor em Star Wars, Félix Gallardo em Narcos, ou aquele cara que sua mãe jura que é o Pedro Pascal”.

Desde o início, o ator abordou diretamente as recentes operações imigratórias realizadas em Los Angeles e outros lugares.

 
 
 
 
 
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“Diante de tudo que está acontecendo neste país em relação à imigração e às políticas autoritárias de Donald Trump, não é pouca coisa um mexicano estar à frente de um programa tão relevante”, afirmou. “É uma baita responsabilidade — e eu realmente espero não fazer besteira.”

 

Luna falou com carinho sobre Los Angeles e a comunidade que o acolheu quando chegou aos Estados Unidos, ainda jovem, após o sucesso do filme E Sua Mãe Também, de 2001.

“Quem me apoiou foram, em sua maioria, pessoas que deixaram seus países em busca de um novo começo — ou filhos de imigrantes que vieram para cá trabalhar e tentar construir uma vida digna, saudável e cheia de significado, longe da terra natal”, contou.

Ele ressaltou que movimentos migratórios dessa magnitude não acontecem sem motivo. “Algo muito sério tem que estar acontecendo no lugar de onde você vem”, disse. “Ninguém larga sua terra por vontade. Ninguém abandona seu passado por diversão. Mas todas as pessoas que conheci carregavam uma gratidão silenciosa a este país — um país que, em algum momento, abriu suas portas.”

Em seguida, questionou como “alguém como Donald Trump consegue alcançar tanto poder” e refletiu: “Sempre me pergunto como um discurso tão carregado de ódio pode prosperar num país que, historicamente, sempre teve uma vocação acolhedora.”

Para Luna, é justamente o “intercâmbio cultural” que torna Los Angeles uma cidade única.

“Atualmente, muitas pessoas se sentem perseguidas. Gente demais vive com medo. E essas pessoas são nossos vizinhos, nossos amigos. Isso é cruel — e vou explicar por quê: sempre que este país precisou se reerguer, os imigrantes estavam lá para fazer o trabalho duro.”

Ele também mencionou os incêndios florestais que atingiram Los Angeles em janeiro, lembrando que “foram os trabalhadores imigrantes que arriscaram a vida para combater o fogo. São eles que constroem este país, que o alimentam, que cuidam dos mais velhos, que ensinam as crianças. Estão nos canteiros de obras, nos hotéis, nas cozinhas. São técnicos, motoristas, atletas, comerciantes, agricultores. Com ou sem documentos, pagam impostos — e não são poucos.”

Luna acrescentou ainda que, só em 2022, imigrantes indocumentados contribuíram com cerca de 96,7 bilhões de dólares em impostos. “Mas isso é algo que a administração Trump prefere esconder.”

O ator também criticou as mentiras espalhadas sobre os imigrantes e disse que eles precisam saber que não estão sozinhos.

“Essas últimas semanas foram especialmente sombrias. Separar famílias não é aceitável. A violência e o terror não podem ser normalizados. A luta dos imigrantes é uma luta de todos nós.”

Desde que reassumiu a presidência, Trump tem endurecido as políticas de imigração, com foco especial em Los Angeles. Tropas da Guarda Nacional foram mobilizadas para reprimir manifestações contra o ICE (agência de imigração). Em diversas cidades, protestos vêm sendo organizados em oposição às detenções e deportações promovidas pelo governo.