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Governo dos EUA volta a mencionar Bolsonaro para atacar Lula e Moraes em rede social

Subsecretário disse que país acompanha de perto os desdobramentos no Brasil

Bolsonaro - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

O governo americano voltou a fazer ameaças ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio das redes sociais nesta segunda-feira.

Em um comunicado publicado em uma conta governamental da rede social X, o subsecretário Darren Beattie disse que o presidente dos EUA "impôs consequências há muito esperadas contra o Supremo Tribunal de (Alexandre de) Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os EUA".

O texto diz ainda que os EUA estão acompanhando de perto os desdobramentos no país.

O comunicado foi divulgado no mesmo dia que o governo brasileiro assinou a Lei da Reciprocidade, uma alternativa ao tarifaço de 50% sobre os produtos importados do Brasil.

Beattie é subsecretário para Diplomacia Pública da Secretaria de Estado dos EUA, órgão que equivale ao Ministério das Relações Exteriores. É a secretaria responsável pelas relações diplomáticas e pela facilitação de negócios com outros países, incluindo o Brasil.

No último dia 9, Trump enviou uma carta pelas redes sociais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informando que iria taxar em 50% os produtos brasileiros importados pelos EUA em retaliação ao que chamou de "ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos".

Na carta, Trump diz ainda que determinou a abertura de uma investigação sobre supostas restrições à atividade de empresas de tecnologia americanas no Brasil e outras práticas comerciais desleais ou injustas, invocando a Seção 301 da Lei de Comércio americana.

A Seção 301 é um dispositivo da Lei de Comércio de 1974 dos Estados Unidos. A norma prevê a apuração de práticas estrangeiras desleais que afetam o comércio americano. Na prática, a medida funciona como um mecanismo de pressão internacional para defender os interesses dos EUA.

Em resposta, o presidente Lula reforçou que medidas de retaliação já estão em estudo, sendo a principal delas a Lei da Reciprocidade, que permite ao país adotar sanções equivalentes às impostas por outros países.

Lula afirmou ainda que, além de desrespeitosa, a medida revela desconhecimento sobre a relação histórica entre os dois países e será respondida com firmeza pelo Brasil. O petista disse que não é aceitável a diplomacia ser substituída por vídeos em redes sociais.