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Primeira reunião de comitê sobre tarifas dos EUA reúne Fiesp e diferentes segmentos

O nomeado comitê foi oficializado no decreto que regula a Lei de Reciprocidade Econômica

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula a Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Joédson Alves/Agência Brasil e Evan Vucci/AP

A primeira reunião do comitê criado pelo governo federal para discutir com o setor produtivo ações de proteção ao Brasil frente às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos contou com a presença de 18 representantes executivos de diferentes segmentos.

Entre os presentes no encontro desta terça-feira (15) está o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, além de representantes dos setores de maquinário, siderurgia e têxtil.

O nomeado Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi oficializado no decreto que regula a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). Como primeira missão, o grupo terá o objetivo de ouvir os setores empresariais para detectar as implicações do anúncio de tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir do dia 1º de agosto. O comitê, além de ministros, conta com embaixadores.

Na avaliação do governo, setores que produzem bens tecnologicamente avançados, com demanda mais específica e concentrada, tendem a ser os mais impactados caso as tarifas norte-americanas sejam mantidas. Isso porque esses segmentos enfrentam maiores dificuldades para redirecionar suas vendas a outros mercados. Entre os itens manufaturados com peso relevante nas exportações brasileiras para os Estados Unidos destacam-se, por exemplo, aeronaves e máquinas voltadas para o setor de energia.

Já no caso dos produtos básicos, o impacto tende a ser menor, pois sua comercialização é menos dependente de nichos específicos. A exportação desses itens favorece uma realocação mais ágil para outros mercados, que tendem a ser redirecionados com mais facilidade a outros países e regiões do que os bens manufaturados.

Na semana passada, a Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, avaliou que o impacto do aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos para o Brasil de 10% para 50% tende a ser pouco significativo no crescimento de 2025, embora alguns setores da indústria de transformação possam ser especialmente prejudicados. A análise constou no Boletim Macrofiscal divulgado na última sexta-feira.

Veja os representantes do setor produtivo que participaram da reunião