Zuckerberg fecha acordo de R$ 44 bilhões no caso Cambridge Analytica para evitar julgamento
Processo, movido por investidores da Meta, acusava Zuckerberg, o investidor bilionário Marc Andreessen, a ex-diretora de operações Sheryl Sandberg e outros executivos de permitirem violações repetidas da privacidade de usuários do Facebook
O chefe da Meta, Mark Zuckerberg, e outros membros do conselho de administração da empresa chegaram a um acordo para encerrar um processo relacionado ao caso de dados privados da Cambridge Analytica, disseram fontes próximas à AFP nesta quinta-feira (17).
Os autores da ação, cujo julgamento começou na quarta-feira (16), alegam que foi excessivo o valor de 5 bilhões de dólares que os dirigentes do grupo concordaram em pagar ao governo dos Estados Unidos por supostas violações de dados privados de usuários.
O processo, movido por investidores da Meta, acusava Zuckerberg, o investidor bilionário Marc Andreessen, a ex-diretora de operações Sheryl Sandberg e outros executivos de permitirem violações repetidas da privacidade de usuários do Facebook. Eles argumentam que os altos custos judiciais e multas pagos pela empresa nos últimos anos — incluindo a multa imposta pela Comissão Federal de Comércio (FTC) em 2019 — poderiam ter sido evitados com uma supervisão mais rígida.
Segundo a Reuters, o acordo foi anunciado no segundo dia do julgamento, e os detalhes financeiros ou compromissos assumidos pelas partes não foram divulgados. Nenhum dos advogados de defesa se manifestou na audiência.O advogado dos acionistas, Sam Closic, afirmou que o entendimento entre as partes foi alcançado rapidamente.
O julgamento, que já contava com depoimentos de testemunhas e era aguardado por incluir a participação de Zuckerberg e Sandberg na próxima semana, agora está encerrado. Também estavam previstas as falas dos ex-membros do conselho Peter Thiel, fundador da Palantir, e Reed Hastings, cofundador da Netflix.
As acusações remontam às revelações sobre o escândalo da Cambridge Analytica, quando dados de milhões de usuários do Facebook foram acessados pela consultoria política que atuou na campanha presidencial de Donald Trump em 2016. O episódio levou à histórica multa aplicada pela FTC em 2019.
Na audiência de quarta-feira (17), um especialista convocado pelos autores apontou “falhas” nas políticas de privacidade do Facebook, embora tenha evitado afirmar se a empresa violou diretamente o acordo de 2012 com a FTC.
Também ouvido na quarta-feira, Jeffrey Zients, ex-membro do conselho da Meta e atual chefe de gabinete do presidente Joe Biden, afirmou que a empresa não aceitou pagar a multa para livrar Zuckerberg de responsabilidade legal, como alegam os acionistas.
A Meta não comentou o acordo até o momento.