SAÚDE

Fibermaxxing: tendência de super consumo de fibras faz bem para a saúde ou só provoca muitos gases?

Muitas pessoas não comem fibras suficientes, mas será que aumentar demasiadamente a ingestão, como recomendam as redes sociais, é a solução?

Fibermaxxing - Freepik

Depois do sleepmaxxing, watermaxxing e sunmaxxing, a nova tendência das redes sociais para a saúde é o fibermaxxing, que prega a maximização da ingestão de fibras. Seus defensores recomendam preparar refeições que ajudam a atingir ou ultrapassar a ingestão diária recomendada de fibras para melhorar a saúde intestinal, controlar o peso e prevenir doenças.

— Fibermaxxing é uma gíria para comer toneladas de fibras, atendendo ou excedendo as recomendações diárias — diz a nutricionista Steph Grasso ao Good Morning America. — A proteína sempre foi o foco das atenções, mas com o aumento das taxas de câncer de cólon, as pessoas estão se conscientizando mais sobre sua baixa ingestão de fibras e tentando maximizá-la.

Mas será que isso realmente é necessário e benéfico?

As fibras são um tipo de carboidrato que não pode ser facilmente digerido e absorvido pelo corpo e vem em duas formas. A primeira é a fibra solúvel, que se dissolve em água e forma uma substância gelatinosa no estômago, e é fermentada por bactérias ao passar pelo intestino grosso. Ela é encontrada em alimentos como aveia, feijão e mirtilos.

O outro tipo é a fibra insolúvel, que não pode ser dissolvida em água. Ela é normalmente encontrada em alimentos integrais, leguminosas, frutas com casca comestível, sementes e folhas verdes.

Já está bem estabelecido que fibras fazem bem à saúde. Seu consumo frequente ajuda a controlar o açúcar no sangue e o colesterol, e a manter a saúde intestinal, além de ajudar a aumentar a saciedade por mais tempo.

 

O consumo regular de fibras também tem sido associada a um menor risco de diversas doenças e problemas de saúde, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardíacas, constipação e certos tipos de câncer. Por outro lado, ultrapassar a ingestão diária recomendada – que é de 14 gramas de fibras por mil calorias consumidas – não é necessariamente uma boa ideia, de acordo com informações do site especializado IFL Science.

Para introduzir mais fibras na dieta, o segredo é fazê-lo gradualmente. Caso contrário, o resultado pode ser inchaço e gases ou ainda diarreia ou constipação. Para evitar que isso aconteça, a recomendação é adicionar um pouco de fibra a cada refeição e aumentar a ingestão ao longo de algumas semanas.

Ao fazer isso, beber bastante água é fundamental, pois a água ajuda a reduzir as chances de as fibras causarem problemas intestinais. Além disso, é preciso ressaltar que as necessidades nutricionais são individuais e existem algumas condições e circunstâncias médicas em que é preciso justamente evitar uma dieta rica em fibras, como pessoas que acabaram de passar por uma cirurgia no estômago ou intestino, pessoas com doença de Crohn ou retocolite ulcerativa que estejam passando por uma crise, ou como parte da preparação para algum exame com preparo intestinal, como a colonoscopia.

Também é importante que as fibras façam parte de uma dieta balanceada em geral e não que ela tome o lugar de outros nutrientes essenciais, como proteínas e carboidratos.