"Se Lula não nos receber, vamos continuar movimento", diz presidente do Sindicato dos Metroviários
Categoria paralisou atividades, se posicionando contra privatização
No dia em que acontece a paralisação do metrô do Recife, o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luís Soares, reforça o posicionamento da categoria, que se mostra contra a privatização do sistema.
A paralisação das 37 estações da linha elétrica (Centro e Sul), das seis estações da linha diesel e do centro de manutenção de Cavaleiro, em Jaboatão, acontece até às 22h desta quinta-feira (14), quando o presidente Lula (PT) vem a Pernambuco. Segundo Soares, Lula se mostrava contra a privatização, durante campanha presidencial, em 2022, e hoje teria mudado o discurso.
“A gente acredita que precisa recuperar o sistema que está degradado. Temos condições de fazer isso, através do Governo Federal, que tem aporte suficiente para fazer essa requalificação. A gente defende também uma tarifa social. Por isso que em 2021 teve o último aumento, pela nossa luta, chegando a R$ 4,25. De lá para cá não teve mais nenhum aumento”, declarou.
Para Luis, a categoria defende uma tarifa social de R$ 2 e pede mais eficiência no sistema. Ele afirma que uma comissão do sindicato tenta diálogo com Lula, através de reunião para convencer o chefe do Executivo a investir no metrô, ao invés de concedê-lo à iniciativa privada. Caso contrário, uma greve não é descartada.
“A paralisação vai até às 22h. Caso o presidente Lula não nos receba, a gente vai continuar fazendo o movimento. Estamos com uma campanha midiática na rua (LED e outodoor). A gente vai para a televisão, rádio, recorrer a blogueiros e influencers para que possamos dialogar com ele, mostrando que o governo Lula não está comprometido com a promessa dele e a gente vai insistir nessa possibilidade”, acrescentou.
Ainda segundo Soares, caso nada mude, em 15 dias a categoria será chamada para uma nova assembleia, em estado de greve, que decidirá sobre novas paralisações.
“Em caso de privatização, se o sistema está ruim vai piorar muito mais e ainda vai aumentar a passagem, como aconteceu em Belo Horizonte. Era um sistema bem melhor do que o nosso, hoje está cada vez pior e atendendo em péssimas condições. A passagem que era R$ 4,10 passou para R$ 5,30 e agora foi para R$ 5,80. A gente não quer isso para nossa população”, finalizou.