Boxe

Taiwanesa Lin Yu-ting, que diz ter passado por teste de feminilidade, não vai ao Mundial de boxe

"Não podemos autorizar um atleta a viajar ao Reino Unido sem garantias" de que ela poderá participar do torneio, declarou uma fonte da federação taiwanesa.

Lin é campeã olímpica na categoria até 57 kg - Reprodução/@boxing_ting

A pugilista taiwanesa Lin Yu-ting, cujo gênero foi colocado em dúvida nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, onde foi medalha de ouro em sua categoria, não vai participar do Mundial de boxe, que será disputado de 4 a 14 de setembro em Liverpool, apesar de seu treinador afirmar que ela passou pela prova de feminilidade.

Segundo matéria publicada pela agência de notícias Central News Agency na segunda-feira (1º) à noite, a Federação Taiwanesa de Boxe afirma ter enviado os resultados do teste ao World Boxing, mas não recebeu nenhuma resposta, e Lin não poderá competir devido a "questões de gênero".

“Não podemos autorizar um atleta a viajar ao Reino Unido sem garantias” de que ela poderá participar do torneio, declarou à AFP uma fonte da federação taiwanesa.

Lin, campeã olímpica na categoria até 57 kg, aceitou se submeter ao teste de feminilidade obrigatório, afirmou seu treinador Tseng Tzu-chiang.

Segundo a nova política do Boxe Mundial, os atletas com mais de 18 anos deverão passar por um teste genético PCR para determinar seu sexo de nascimento e poder competir na categoria feminina.

 
 
 
 
 
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Nos jogos de Paris, há um ano, Lin Yu-ting e a boxeadora argelina Imane Khelif, ambas campeãs olímpicas em categorias diferentes, sofreram ataques que colocaram em dúvida sua feminilidade.

Em 2023, como dois arquivos foram restaurados pela Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA) depois de não terem sido aprovados em um teste de gênero, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) deu autorização para que competissem em Paris ao considerar as vítimas de uma "decisão precipitada e arbitrária" da AIBA.

Na segunda-feira, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) informou que Imane Khelif entrou com uma ação no dia 5 de agosto contra a obrigatoriedade do teste de feminilidade.

A lutadora Argelina, campeã na categoria até 66 kg, pede a retirada do teste imposto pelo World Boxing e reivindica poder participar do Mundial em Liverpool sem ter que se submeter a nenhum exame.

Essa última solicitação quase não teve chances de ser atendida, já que o TAS não concedeu uma liminar permitindo que Khelif disputasse o torneio nem marcasse uma data para uma audiência.