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Mudança na classificação indicativa de "Demon Slayer" proíbe entrada de crianças nos cinema

Fenômeno entre público infanto-juvenil, nova sequência de filme inspirado em famoso mangá é alvo de medida do Ministério da Justiça

Demon Slayer - Koyoharu Gotoge Shueisha, Aniplex/ Divulgação

A estreia de "Demon Slayer: castelo infinito" nos cinemas brasileiros, na última quinta-feira (11), vem sendo marcada por uma surpresa entre os fãs da franquia de animação japonesa inspirada no mangá homônimo. Fenômeno entre o público infanto-juvenil, o título — que antes podia ser assistido por crianças acompanhadas dos pais — agora está vetado para crianças. A determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que estabeleceu a nova classificação indicativa de 18 anos, vem gerando dúvidas entre o público e atiçando um debate crescente nas redes sociais.

 

A classificação indicativa anterior permitia a entrada de menores de 15 anos nas salas de cinema desde que eles estivessem acompanhados de um responsável. Com a alteração para a classificação de 18 anos, a obra passa a não ser recomendada para menores de 15 anos de forma absoluta, ou seja, mesmo com a presença dos pais, crianças mais novas não podem assistir ao longa nos cinemas.


A classificação indicativa com recomendação para maiores de 18 anos estabelece que adolescentes com 16 ou 17 anos estejam aptos a assistir ao longa-metragem desde que acompanhados de responsáveis ou com um termo de responsabilidade preenchido e assinado por um responsável, junto com um documento de identificação.

Originalmente, a distribuidora Sony Pictures pretendia que o filme tivesse a classificação de 14 anos no Brasil. Uma avaliação do Ministério da Justiça e Segurança, porém, determinou que o filme recebesse a classificação indicativa para maiores de idade. Segundo o órgão federal, que define as faixas etárias no país, a classificação se deve às cenas de violência gráfica, sangue em excesso e temáticas de combate intenso, consideradas "inadequadas ao público infantil".


O estudo indica que a narrativa sustenta altos níveis de "armas com violência", "atos violentos", "lesão corporal", "presença de sangue", "morte intencional" e "mutilação". De acordo com a pasta, os atenuantes da obra se referem à "apologia à violência atenuada por contraponto", enquanto o "eixo temático de violência é agravado por frequência, relevância, por conteúdo inadequado com criança ou adolescente e, em grande parte, por composição de cena".

Sucesso de público e bilheteria
O impacto da medida se torna mais relevante devido ao tamanho gigantesco da franquia — até o momento, foram arrecadados 31,74 bilhões de ienes no Japão, o que já alçou o filme ao posto de segunda maior bilheteria da história do país. Detalhe: "Demon Slayer: mugen train" (2020), o primeiro filme da franquia, ocupa o primeiríssimo lugar e é hoje o filme japonês mais visto no mundo em todos os tempos, superando clássicos como "A viagem de Chihiro" (2001), de Hayao Miyazaki..

Fenômeno cultural e comercial, "Demon Slayer" ("Kimetsu no Yaiba", no original) acompanha os passos de Tanjiro Kamado, um jovem que se torna caçador de demônios após ver sua família ser dizimada por essas criaturas. Entre batalhas sangrentas, o enredo do anime aborda temas abrangentes, entre os quais amizade, coragem e superação, o que amplia a identificação com diferentes faixas etárias.