Política

Paulinho da Força diz que "anistia geral e irrestrita" é impossível

Relator do Projeto de Lei da anistia na Câmara Federal, afirmou, nesta quinta-feira (18), que o texto que irá apresentar não será de anistia total, como defende o Partido Liberal (PL)

"Acho que nós vamos ter que fazer uma coisa pelo meio. Isso aqui talvez não agrade nem extrema direita, nem extrema esquerda, mas agrade a maioria da Câmara", afirmou o parlamentar - Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

O deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), relator do Projeto de Lei da anistia na Câmara Federal, afirmou, nesta quinta-feira (18), que o texto que irá apresentar não será de anistia total, como defende o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“A anistia ampla, geral e irrestrita é impossível. Essa discussão eu acho que já foi superada, quando o presidente Hugo Motta teve uma reunião de mais de três horas com o pessoal do PL. Acho que nós vamos ter que fazer uma coisa pelo meio. Isso aqui talvez não agrade nem extrema direita, nem extrema esquerda, mas agrade a maioria da Câmara”, declarou.

A proposta em debate na Câmara trata da concessão de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Aliados de Bolsonaro defendem que o benefício alcance também o ex-presidente, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão, em julgamento concluído na semana passada.

Paulinho da Força disse que mantém relação “com esquerda” e “com direita”, que pretende procurar governadores para influenciar as bancadas estaduais e que espera colocar o texto em votação já na próxima semana. “Cabe a mim tentar fazer esse meio de campo. É o que eu vou fazer. Conversar com todo mundo para que, no final, a gente possa ter um texto que agrade a todos”, afirmou o deputado.

A urgência da matéria foi aprovada na última quarta-feira (17), com o apoio da maioria dos líderes da Câmara, o que permite que o texto seja votado a qualquer momento no plenário. Em disputa está o teor do relatório, se será uma anistia ampla e irrestrita, como deseja a oposição liderada pelo PL, ou uma proposta mais restrita, com apenas reduções de penas. Outra dúvida é se o texto contemplará todos os envolvidos, incluindo organizadores e financiadores da tentativa de golpe de Estado, ou apenas os manifestantes do 8 de janeiro.