ISENÇÃO DO IR

Após aprovação unânime na Câmara, governo tenta acelerar análise de projeto de IR no Senado

Proposta deve ser aprovada ainda neste ano para entrar em vigor em 2026

Plenário do Senado durante sessão - Andressa Anholete/Agência Senado

Após a aprovação por unanimidade do projeto que isenta o Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil, o governo se movimenta para tentar acelerar a análise da proposta no Senado.

A expectativa no Palácio do Planalto é que o placar expressivo entre os deputados, com 493 votos a favor e nenhum contrário, inibirá iniciativas que possam representar entraves na Casa.

A proposta prevê ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. O texto também reduz a cobrança para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350, além de uma alíquota mínima para quem ganha acima de R$ 50 mil.

O texto foi enviado pelo governo ainda em março e demorou quase sete meses em discussões. O plano do Palácio do Planalto é que a isenção do IR valha para a declaração do IR já em 2026, ano eleitoral. Para isso, será preciso que o Senado leve menos tempo que a Câmara e aprove o texto até dezembro, ou seja, em cerca de dois meses.

Segundo a ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, há boa vontade do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o tema. Ela afirou que ainda não há relator definido na Casa, mas prevê uma tramitação sem contratempos.

"Acho que o Senado vai seguir o caminho da Câmara. Tem uma receptividade muito grande no Congresso", disse a ministra durante a votação desta quarta-feira.

Senado já aprovou projeto semelhante
O otimismo do governo com o Senado se dá também pelo fato de um projeto semelhante já ter passado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Como forma de pressionar a Câmara, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) conseguiu avançar com um texto na semana passada.

A proposta retoma um projeto apresentado em 2019 pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), mas que havia ficado engavetado até Renan assumir a presidência da CAE no começo deste ano. O texto patrocinado pelo governo, porém, é o que foi relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) e aprovado nesta quarta-feira pela Câmara.