CEO da BlackRock discute, no Recife, economia mundial
Café da manhã do Experience Club reuniu cerca de 150 empresários para um panorama sobre cenário econômico mundial e brasileiro
O Experience Club Nordeste, comandado por André Farias, reuniu cerca de 150 empresários no Recife, na manhã de ontem, para um café da manhã com o CEO do BlackRock Brasil, Bruno Barino. Na pauta do encontro, realizado no Armazém Blu’Nelle, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, as principais tendências globais e cenário econômico brasileiro.
Além de apresentar a atuação da BlackRock no mundo, Barino destacou como pontos importantes a serem observados pelo empresariado a divergência demográfica, envolvendo análises sobre o envelhecimento populacional, a redução do crescimento econômico, o aumento da inflação e da dívida pública dos países.
Ao falar sobre a geopolítica mundial, o executivo ressaltou que há uma reconfiguração do cenário após a pandemia de covid-19. A volta de Donald Trump ao comando dos Estados Unidos foi mencionada como um dos fatores que influenciam nas discussões internacionais sobre a alocação de investimentos.
“A gente veio de um período em que o foco era a globalização sem fronteiras, com eficiência de custo e uma cadeia integrada. Depois da Covid, começou-se a ter foco em resiliência. Iniciamos as discussões sobre diversificar a cadeia produtiva, de ter uma produção mais próxima de seu mercado base. E agora, com o Trump, o foco está sendo em como alinhar interesse nacionais nessa discussão pública. Então, todo mundo está se reconfigurando, está se conectando de uma forma diferente”, pontuou.
Tarifaço
O vice-presidente da BlackRock, Nathan do Nascimento, aprofundou o panorama sobre a macroeconomia brasileira. De acordo com ele, o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil resultou numa realocação dos recursos - antes concentrados nos EUA - para outros países e isso beneficiou o país e outros mercados emergentes. Ele ressaltou que mesmo com o cenário fiscal desafiador, o orçamento público deverá ter melhora.
“Nós ainda temos um desafio no fiscal que talvez na cabeça do investidor estrangeiro é um desafio de sustentabilidade da dívida do Brasil no longo prazo, mas eu acredito que nos próximos dois anos nós vamos ter condição de ter um bom debate de como seguir, tanto com boas práticas no orçamento, como no próprio resultado fiscal”, explicou Nathan.
Parceria
A recente colaboração estabelecida entre o fundo de investimentos e o governo do Paraná para impulsionar a atração de investimentos internacionais para o estado do Sul, foi um dos assuntos tratados no bate-papo realizado logo após a exposição dos executivos, com mediação do anfitrião, André Farias.
O ambiente econômico favorável, com índices de desenvolvimento comparáveis aos de países de Primeiro Mundo, foram os principais atrativos para que a multinacional pudesse firmar a cooperação pela primeira vez entre a empresa e um governo local na América Latina.
Farias demonstrou o interesse em facilitar uma parceria parecida com o governo pernambucano e do Ceará, a fim de subsidiar o poder público para alavancar a atração de recursos de outros países.
“Eles estão dando uma consultoria internacional para o estado do Paraná, e eu tenho um papel de tentar apoiar a BlackRock na aproximação do Estado do Ceará e do Estado de Pernambuco para que a gente possa tentar trazer a BlackRock, inclusive para apoiar também esses estados”, declarou.