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Economia e bem-estar marcam debate de lançamento do livro "Nem 8, Nem 80" na Bienal de PE

O economista e colunista da Folha de Pernambuco, Alfredo Bertini, autor da publicação, participou de bate-papo com Maurício Rands e Leusa Santos, editora-chefe da Folha de Pernambuco

Alfredo Bertini (centro) lança o seu livro "Nem 8, Nem 80", na XV Bienal Internacional do Livro de PE, com participações de Maurício Rands (esq.), na mediação, e da editora-chefe da Folha de Pernambuco, Leusa Santos (dir.), debatendo - Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Nesta quinta (9), a XV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que acontece no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, recebeu o lançamento do livro "Nem 8, Nem 80 – De folha em folha: 5 anos de crônicas econômicas", do economista e colunista desta Folha de Pernambuco, Alfredo Bertini.

O lançamento contou com um bate-papo, no espaço Conexão Petrobras, com o autor, que teve as participações de Maurício Rands na mediação e da editora-chefe da Folha de Pernambuco, Leusa Santos, como debatedora, instigando algumas reflexões que giram em torno da publicação. 

“Nem 8, Nem 80 – De folha em folha: 5 anos de crônicas econômicas", com 479 páginas, reúne artigos publicados por Bertini no caderno de Economia da Folha de Pernambuco, na coluna homônima que ele assina desde 2020.

Economia sem mistério
“Nem 8, Nem 80” tem prefácio assinado pelo ex-ministro da Educação e ex-senador da República Cristovam Buarque. No livro, Bertini desmistifica o assunto economia, associando-a a outros campos de conhecimento, mas, acima de tudo, trazendo-o para o dia a dia dos leitores e leitoras.

“Alfredo Bertini tem uma formação acadêmica sólida, mas ele é, como eu diria, o autêntico intelectual. Ele não se limita aos tópicos da sua disciplina. Ele tem a capacidade de enxergar o mundo com uma abordagem multidisciplinar. Então, esse livro é uma coletânea bem organizada, bem direcionada, de estudos que ele fez e apresentou de modo acessível para nós, o grande público não especializado na ciência econômica”, explica o mediador Maurício Rands.

Essa abrangência temática que se apresenta nas reflexões de Bertini acerca da economia, como explica Rands, pode ser vista no próprio livro, subdividido em temas como Economia da Cultura e do Audiovisual (Alfredo Bertini é, também, um dos idealizadores do Cine-PE), Economia da Educação, Economia Internacional, Turismo, Política Econômica e Social, entre outros.

A editora-chefe da Folha de Pernambuco, Leusa Santos, destacou a importância de existirem intelectuais como Bertini, que, a partir de suas crônicas e, consequentemente, do seu livro, conseguem aproximar assuntos mais restritos, como a Economia, do dia a dia da população.

“A economia, por vezes, é um tema árido para muitas pessoas, para a maioria da sociedade, que está no seu corre-corre diário, no trabalho, pegando ônibus lotados, com as preocupações do dia a dia. E é importante quando a gente tem uma referência como Bertini, refletindo esses temas da economia, porque ele não fica restrito à ciência hermética fechada nos livros, nos pensadores… ele vai para a rua. Ele reflete sobre os temas que batem no nosso bolso, no nosso dia a dia, no nosso orçamento, nas contas a pagar, e relaciona isso com o bem-estar”, destaca Leusa.

Outros debates
Os textos de “Nem 8, Nem 80” começam a ser escritos por Bertini no início da pandemia de Covid-19. Na época, ele se ressentia de uma reflexão mais humana sobre o assunto.

“Eu comecei a rastrear a possibilidade de trazer o homem pro centro do debate econômico, humanizar os estudos que tanto foram, insatisfatoriamente, operados em outras linhas mais frias, mais quantitativas, e que precisava-se dar à economia uma visão mais qualitativa, mais próxima das necessidades da população”, diz Bertini.

A “teoria do bem-estar”, que alia economia e felicidade, os impactos do tarifaço de Donald Trump não só para a economia, mas para a vida das pessoas, o Nordeste como região que mais sofre impactos econômicos e sociais no Brasil também foram assuntos levantados durante o bate-papo e que encontram ressonância em “Nem 8, Nem 80”.