Nordeste amplia cultivo de algodão e desafia eixo Centro-Oeste
A região Nordeste ampliou suas exportações de algodão em 28,4% em volume e 8,6% em valor, superando a média nacional
O cultivo do algodão vive um novo ciclo de expansão no Nordeste, impulsionado por investimentos públicos, inovação tecnológica e pela recuperação da cotonicultura em estados como Piauí e Maranhão. A região deve alcançar, em 2025, uma produção recorde de 942,7 mil toneladas, um aumento de 16,2% em relação ao ciclo anterior, segundo o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), órgão vinculado ao Banco do Nordeste. Esse resultado consolida o Nordeste como a segunda maior região produtora do país, atrás apenas do Centro-Oeste.
O Nordeste foi pioneiro na produção brasileira de algodão no século XVIII, com o estado do Maranhão liderando exportações para a Europa nos anos de 1760. No século XIX, o algodão já havia ultrapassando o açúcar e se tornado a principal cultura da região. Porém, na segunda metade do século XX, problemas como a praga do bicudo-do-algodoeiro e outras crises deslocaram a liderança para o Centro-Oeste brasileiro.
Nos últimos anos, Bahia, Piauí e Maranhão — especialmente na região do Matopiba — têm retomado o protagonismo no cultivo de algodão em larga escala, com uso intensivo de tecnologia e irrigação. Recentemente, o Ceará lançou o Programa Estadual de Revitalização da Cotonicultura, buscando reativar o cultivo familiar com sementes de qualidade e apoio técnico.
Em todo o Brasil, a área destinada ao algodão cresceu 6,7% na safra 2024/2025, ultrapassando 2,15 milhões de hectares. No caso da Bahia, a utilização de sistemas de irrigação e o uso de sementes de alto rendimento têm permitido o aumento da produtividade, mesmo em períodos de estiagem.
O crescimento da cultura do algodão, outrora chamado de “ouro branco”, vem colocando o Brasil em destaque no cenário internacional. Após décadas de retração, o país voltou a ocupar posição de liderança mundial na exportação de algodão, ultrapassando os Estados Unidos em 2024. O desempenho do Nordeste, com seus recordes recentes e o fortalecimento de políticas públicas estaduais, tem papel estratégico nesse resultado.
A região Nordeste ampliou suas exportações em 28,4% em volume e 8,6% em valor, superando a média nacional. A Bahia e o Piauí foram os estados com maiores avanços. O Piauí, por exemplo, mais que dobrou suas exportações em peso (+106,2%), embora com queda no preço médio.
A nova fase da cotonicultura nordestina demonstra que o setor pode voltar a ser um dos pilares da economia regional, gerando emprego, renda e promovendo o desenvolvimento sustentável no campo.
LIDE chega a Alagoas
O LIDE inaugura em dezembro sua unidade em Alagoas, ampliando sua presença no Nordeste. O comando ficará com o empresário Gustavo Albuquerque, que assume como CEO local, ao lado dos sócios Jean Valério, também líder do grupo no Rio Grande do Norte, e Cláudio Santos, CEO do Next Group, que presidirá o Conselho Empresarial.
Troca de comando do BNB
O nome mais cotado para assumir interinamente o comando do Banco do Nordeste é o de Wagner Antônio de Alencar Rocha, servidor de carreira da instituição e atual diretor financeiro e de crédito, cargo para o qual foi eleito em maio de 2023. A interinidade deve vigorar até janeiro de 2026, quando está previsto o retorno de Paulo Câmara à presidência do banco. A decisão caberá ao Conselho de Administração, que ainda não marcou data para sua reunião.
Mercado imobiliário
As novas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) serão discutidas entre a Ademi-PE e a Caixa Econômica Federal, nesta terça-feira (21). As mudanças elevaram o teto de financiamento para R$ 2,25 milhões e a cota máxima para 80% do imóvel. A medida, que inclui famílias com renda superior a R$ 12 mil, deve impulsionar as vendas de médio e alto padrão e injetar liquidez no mercado imobiliário pernambucano.
Leia também no Movimento Econômico: