Quatro policiais militares feridos em megaoperação no Rio seguem internados uma semana após ação
Agentes estão no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, Zona Norte da cidade. No último domingo, o governador Cláudio Castro os visitou
Quatro dos nove policiais militares feridos na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão contra o Comando Vermelho, seguem internados. Os agentes estão no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, Zona Norte da cidade. Sem dar detalhes, a corporação informou que os homens têm quadro de saúde estável.
Ao todo, a ação policial, que é considerada a mais letal da história, deixou 13 policiais feridos — sendo nove militares e quatro civis —, além de 121 mortos, dos quais quatro agentes. Equipes das polícias Militar e Civil, incluindo forças de elite, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), participaram da Operação Contenção. A ação teve início nas primeiras horas da manhã do último dia 28 nos complexos da Penha e do Alemão. Durante toda aquela terça-feira, ocorreram intensos tiroteios nas regiões, o que culminou em mortos e feridos.
No último domingo, Dia de Finados, o governador Cláudio Castro visitou os PMs que seguem na unidade de saúde. O encontro com os policiais foi divulgado no perfil de Castro nas redes sociais.
"Do lado certo! Hoje estive com os policiais feridos durante a Operação Contenção. Olhar nos olhos de cada um deles é entender o verdadeiro significado de coragem e compromisso com o dever", diz a primeira postagem no X, que é acompanhada do vídeo.
A operação deixou, ainda, quatro policiais civis feridos. Procurada, a corporação não informou o estado de saúde dos agentes atualizado.
Nesta segunda-feira, o delegado Bernardo Leal, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), continua precisando de sangue. Ele está internado no Hospital Samaritano Barra, onde estão sendo feitas as doações — qualquer tipo sanguíneo é aceito. O policial foi ferido em uma das pernas durante uma incursão na Vila Cruzeiro, parte alta do Complexo da Penha, e foi socorrido por colegas. A parede de uma casa chegou a ser quebrada para poderem transportar o policial, que só conseguiu deixar a comunidade levado por uma moto.
Em um primeiro momento, ele foi levado para o Hospital estadual Getúlio Vargas, que concentrou os feridos e mortos da operação. Depois, foi transferido para o Samaritano Barra. Na última quinta-feira, ele passou por cirurgia e precisou amputar parte da perna.
Policiais filmados por câmeras corporais acopladas aos uniformes aparecem tentando resgatar colegas atingidos, fazendo torniquetes e improvisando macas enquanto ainda eram alvos de disparos. As imagens foram divulgadas pelo governo do estado na noite do último domingo.
Um dos casos é o do sargento Cleiton Serafim Gonçalves, do Bope, que salvou um parceiro de farda baleado na ação, mas acabou sendo alvejado pouco depois e não resistiu. Um dos registros mostra o cabo Oliveira ferido na coxa esquerda na área da mata no Alemão. Durante o socorro do policial, o sargento participa do salvamento do colega. Os policiais descem a comunidade carregando o agente atingido. “O blindado não sobe aqui, vamos ter que descer com ele”, disse um policial durante o resgate.