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BRB identificou 'divergências documentais' em operações do Master e comunicou BC, diz presidente

Executivo está afastado do cargo por 60 dias por decisão da Justiça

Agência do BRB, em Brasília - Divulgação/BRB

Afastado da presidência do Banco de Brasília (BRB) por decisão da Justiça, Paulo Henrique Costa disse nessa terça (18) que a instituição identificou “divergências documentais em partes das operações” do Banco Master. Segundo ele, o fato foi comunicado ao Banco Central (BC), que analisava a operação de compra do Master pelo BRB.

A Polícia Federal deflagrou na terça a Operação Compliance Zero, que apura um suposto esquema de criação e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master.

Paulo Paulo Henrique Costa foi afastado do comando do banco estadual de Brasília pelo prazo de 60 dias após decisão da Justiça. Em comunicado, o executivo diz apoiar as investigações.

“Zelo pela transparência e pela legalidade em todas as minhas ações e confio que a apuração trará os devidos esclarecimentos”, diz em nota.

Segundo ele, o BRB comunicou o BC no primeiro quadrimestre sobre incongruências em operações do Master.

“Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras”, afirma.

Em março, o BRB anunciou a compra do Master, operação que foi vetada pelo BC. A autoridade monetária determinou a liquidação do banco que era comandado por Daniel Vorcaro.

A investigação da PF que levou à prisão de Vorcaro aponta indícios de uma operação financeira de R$ 12,2 bilhões arquitetada por “pura camaradagem” como “tentativa de abafar a fiscalização” feita pelo Banco Central.

Procurado, o advogado Roberto Podval, que defende Daniel Vorcaro, classificou como “desnecessária e ilegal” a prisão decretada pela Justiça e disse ainda que o banqueiro viajaria para os Emirados Árabes Unidos, quando foi detido no aeroporto internacional de Guarulhos, para concluir a venda da instituição financeira para um grupo de investidores liderado pelo Grupo Fictor, anunciada ontem.

Em nota divulgada no início da noite, assessores do banqueiro que os advogados do banqueiro e do Master colocaram-se mais uma vez “à disposição para cooperar com as autoridades, prover informações e participar de audiências, inclusive com a presença de Vorcaro”.

Em nota, o BRB disse que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master”.O BRB é um banco público, controlado pelo governo do Distrito Federal.