BRASIL

Mesmo com isenções ao tarifaço, 63% das exportações brasileiras aos EUA ainda pagam taxas

Hoje, 32,7% das vendas do Brasil aos EUA estão sujeitas à tarifa máxima, ainda de acordo com o estudo

Foto de Lula e Trump teve 65 milhões de visualizações nas redes sociais - Ricardo Stuckert

O anúncio por parte do governo de Donald Trump da ampliação de isenções ao tarifaço para 238 categorias de produtos é considerado um avanço e um gesto de boa vontade dos americanos em relação ao governo brasileiro, mas, ainda assim, 62,9% das vendas do Brasil aos EUA ainda estarão sujeitas a algum tipo de tarifa (entre 10% e 50%), aponta um levantamento da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) feito a partir de estatísticas do Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos.

A ampliação de itens isentos da tarifa de 40% faz com que 37,1% das exportações brasileiras ao mercado americano (o equivalente a US$ 15,7 bilhões) fiquem livres de taxas. Foram isentos da tarifa adicional produtos como café, carne, castanhas e frutas.

 

Com isso, segundo a CNI, pela primeira vez desde agosto, o volume exportado isento de sobretaxas supera o que é submetido à tarifa cheia, de 50%. Hoje, 32,7% das vendas do Brasil aos EUA está siujeita à tarifa máxima, ainda de acordo com o estudo. As estimativas consideram dados referentes a 2024, de antes do tarifaço.

Entre os setores ainda negativamente impactados pelo tarifaço, estão as indústrias de máquinas e equipamentos, calçados, móveis e siderurgia.

“Setores muito relevantes, como máquinas e equipamentos, móveis e calçados, que tinham os EUA como principais clientes externos, ainda não entraram na lista de exceções. O aumento das isenções é um sinal muito positivo de que temos espaço para remover as barreiras para outros produtos industriais. Esse é nosso foco agora”, avalia Alban em nota.

Veja como fica a situação das exportações brasileiras aos EUA

Isentos de sobretaxa: 37,1% das exportações (US$ 15,7 bilhões)
Total de exportações sujeitas a algum tipo de tarifa: 62,9%
Tarifa recíproca de 10%: 7,0% das exportações (US$ 2,9 bilhões)
Tarifa adicional de 40%: 3,8% das exportações (US$ 1,6 bilhão)
Tarifa combinada de 50% (10% de tarifa recíproca + 40% específica ao Brasil): 32,7% das exportações (US$ 13,8 bilhões)
Tarifa setorial de 50% (Seção 232): 11,9% das exportações (US$ 5 bilhões)
Isenção da tarifa de 40% condicionada à destinação para a aviação civil, instituída pela Ordem Executiva de julho: 7,5% das exportações (US$ 3,2 bilhões)