Rio de Janeiro

Operação do MP prende quatro no RJ, entre eles policial civil suspeito de vazar informações

Carro onde estavam as vítimas foi alvo de tiros perto do Viaduto Oscar Brito, em Campo Grande

Ministério Público do Rio de Janeiro - Divulgação/MPRJ

Quatro pessoas foram presas, nesta terça-feira, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Ministério Público do Rio contra uma milícia que age nos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Entre elas está o policial civil Jaime Rubem Provençano, que era lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Outro alvo da ação é o policial militar Gilmar Carneiro dos Santos, conhecido como Professor Gilmar, que era do 39º BPM (Belford Roxo) e ainda não foi encontrado. Os dois agentes são suspeitos de vazar informações sobre operações e dar suportes às atividades do grupo criminoso.

Os dois policiais e outras 11 pessoas foram denunciadas à Justiça pelo Gaeco. Todos tiveram a prisão preventiva decretada. Eles responderão pelo crime de constituição de milícia privada. A ação, chamada de Golden Head, tem apoio das corregedorias da Polícias Civil e Militar. As diligências ocorrem em endereços na Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na Zona Sudoeste do Rio, e nos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, além de unidades prisionais.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que a Corregedoria-Geral da corporação participa com o Ministério Público da operação e que contra o agente denunciado foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. "As diligências estão em andamento", informa o texto.

Investigação
O investigação do Gaeco revelou que os chefes da milícia são Diego dos Santos Souza, o Cabeça de Ouro, e Carlos Adriano Pereira Evaristo, o Carlinhos da Padaria. Os promotores afirmam que os dois comandavam as ações do grupo criminoso da cadeia. A cobrança das taxas exigidas era gerenciada por Angelo Adriano de Jesus Guarany, o Magrinho, segundo o MP. Ele é apontado como o responsável, também, por articular a comunicação entre os chefes presos e os cobradores nas ruas.

Os promotores descrevem que o grupo paramilitar cometia extorsões contra comerciantes e mototaxistas. Também há registros de torturas, execuções e disputas armadas por território. O grupo atuava nos bairros Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras, em Belford Roxo, e no bairro Pantanal, em Duque de Caxias.

De acordo com o Gaeco, as investigações reuniram provas sobre a existência de controle financeiro, prestação de contas e ordens transmitidas por mensagens entre os integrantes da milícia. A apuração também identificou disputas armadas com um grupo rival, registros de traições, coações de integrantes e planejamento de ataques.