Casa de Capiba é alvo de vândalos
Invasores levaram dois portões do imóvel na madrugada desta terça-feira (23). Moradores do Espinheiro denunciam que ações do tipo são recorrentes no bairro
Pouco mais de três meses após ser desapropriada pelo Governo de Pernambuco e de se tornar objeto de um processo de tombamento estadual, a antiga residência do compositor Capiba (Lourenço Fonseca Barbosa, 1904-1997) no Recife, localizada no número 369 da rua Barão de Itamaracá, no bairro do Espinheiro, Zona Norte da Capital, voltou à berlinda. Na madrugada dessa terça-feira (23), invasores roubaram pelo menos dois portões de alumínio (o da garagem e o dos fundos). Os suspeitos não tiveram acesso ao interior da casa. Moradores e comerciantes da área denunciaram à reportagem que esse tipo de ação tem sido constante em edifícios empresariais e residenciais das redondezas.
Testemunhas entrevistadas pela Folha de Pernambuco - e que pediram para não serem identificadas - deram conta de que há pouco tempo foram arrombadas três clínicas médicas e uma academia de ginástica - da qual foram levados alguns televisores. Um prédio residencial, ao lado da casa de Capiba e defronte à academia, também teve quatro bicicletas e uma lavadora de alta pressão furtadas.
Após a desapropriação, a responsabilidade pela casa de Capiba passou da viúva do compositor, Maria José (Zezita) Barbosa, para o Governo, por meio da Secretaria de Administração (SAD) estadual. A reportagem tentou entrar em contato com a SAD, mas não obteve resposta. Sobre o caso específico da casa de Capiba, a Polícia Civil comunicou ainda ontem, por nota, “que até o momento não recebemos nenhuma queixa formal (registro de boletim de ocorrência) sobre o fato ocorrido”. “Informamos que se faz necessário que a vítima preste queixa na delegacia mais próxima.”
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Transição
No início de outubro passado, a casa de Capiba estava fechada e disponível para aluguel ou venda quando o advogado Antônio Campos (irmão do ex-governador Eduardo Campos) protocolou um pedido de tombamento do imóvel junto à Secretaria de Cultura (Secult) estadual. Imediatamente à iniciativa do advogado, o Governo determinou a desapropriação do prédio e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) aceitou o pedido de tombamento da casa, que passou a obedecer às mesmas prerrogativas de um bem tombado.