Tiririca troca PL pelo PSD e deve disputar quinto mandato pelo Ceará
Parlamentar assinou ficha de filiação durante encontro com o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE) e o pai dele, Domingos Filho, atual presidente estadual do PSD no Ceará
O deputado federal Tiririca, encerrou um ciclo de quatro mandatos pelo Partido Liberal (PL) de São Paulo, legenda de Valdemar Costa Neto. O parlamentar, natural do Ceará, oficializou nesta quarta-feira (5) a “volta para casa” com a transferência de domicílio eleitoral e filiação ao PSD de Gilberto Kassab.
Nascido em Itapipoca, no interior cearense, Tiririca falou no evento sobre o desejo de representar sua terra natal no Congresso Nacional. Ele deverá buscar seu quinto mandato de deputado federal, desta vez pelo PSD do Ceará, nas eleições de 2026.
Tiririca assinou sua ficha de filiação durante encontro com o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE) e o pai dele, Domingos Filho, atual presidente estadual do PSD no Ceará.
"É uma felicidade imensa estar de volta ao meu Ceará e, se Deus quiser, vamos fazer um mandato sensacional agora com o apoio do PSD", declarou o deputado.
Tiririca, que foi o quinto mais votado de São Paulo em 2018, com 453.855 eleitores, perdeu 382.101 votos na última disputa em 2022, terminando om um total de 71.754. Ainda assim, o ex-palhaço conseguiu manter a cadeira para representar o estado em Brasília.
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Tiririca, apelido utilizado por Francisco Everardo Silva, foi eleito pela primeira vez em 2010, quando ficou famoso por ter sido o parlamentar mais votado do país, com 1,3 milhão de eleitores. Na época, o total foi quase o dobro dos eleitores do segundo colocado, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil - RJ).
O parlamentar chegou a cogitar desistir de concorrer novamente ao cargo, depois que a família Bolsonaro entrou no Partido Liberal e o número que utilizava na urna desde 2010, o 2222, passou a ser do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro. Mas, no final, ele decidiu disputar as eleições mesmo assim. O antigo palhaço utilizava bordões como "Vote no Tiririca, pior do que tá não fica!" e “O que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei, mas depois, eu te conto” para angariar votos.
Recomposição do quadro do PSD
Nos últimos meses, o PSD trabalhou em vários estados por uma recomposição do quadro do partido. O ex-governador e ex-senador do Espírito Santo Paulo Hartung oficializou a sua entrada no PSD em maio, após mais de seis anos afastado da atividade partidária. No mesmo mês, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, oficializou a troca do PSDB pelo PSD.
Eduardo Leite estava filiado ao PSDB há 24 anos e até então a legenda havia sido seu único partido. Ele já havia sido convidado a se filiar ao PSD em 2022, mas na época foi convencido pela cúpula tucana a recusar. Em fevereiro, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, fez o mesmo movimento de sair do PSDB e ir para o PSD.
Em outubro, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, também aderiu ao PSD, após deixar o Novo. A sua entrada na sigla foi motivada pela construção de sua candidatura que coloca o PSD alinhado à direita. A movimentação foi articulada pelo presidente da sigla, Gilberto Kassab, descrito por Simões na ocasião como "maestro da política nacional".
Nacionalmente, o partido busca se distanciar do governo Lula (PT) a tempo para a disputa presidencial do ano que vem. Nos últimos meses, Kassab tem sinalizado a intenção de que o partido tende a apoiar uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou lançar uma candidatura própria. Até o momento, os governadores do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), têm colocado seus nomes à disposição do partido como possíveis candidatos.

