Acusado de envolvimento na morte de promotor nega participação
José Marisvaldo afirmou que estava em Alagoas quando Thiago Faria foi executado
O interrogatório de José Marisvaldo, um dos acusados de envolvimento na morte do promotor Thiago Faria, terminou na noite desta quarta-feira (26). Por quase duas horas, ele respondeu quase todas as perguntas. Só se recusou a responder às do assistente de acusação de Mysheva Martins, noiva do promotor morto.
Esse assistente pediu a reprodução de dois áudios que contêm ligações entre Marisvaldo e a companheira dele na época do crime. Nesse áudio, ele teria dito: "Ele tem que morrer. Não tem mais jeito para ele". A juíza Amanda Torres indeferiu o pedido por considerar que, neste momento do julgamento, o fato de o assistente de acusação já ter dito a frase atribuída a Marisvaldo era suficiente.
Marisvaldo, o "Passarinho", disse que trabalhava para José Maria Rosendo ajudando na criação e alimentação de gado.
As perguntas da juíza focaram na rotina dele e o que ele fez no dia do crime. Algumas respostas dele geraram contradições sobre o horário em que ele disse que foi a Alagoas comprar palma para o gado (mais ou menos na mesma hora do crime). Também foi questionado que, apesar de ter sofrido um acidente de moto no dia, ele não esperou para receber atendimento em um hospital em Águas Belas. Segundo o Ministério Público Federal, isso é interpretado como um indício de que ele estivesse com pressa para informar aos executores do crime sobre onde estavam Thiago e Mysheva.
Marisvaldo disse em juízo que não esperou atendimento porque o hospital estava cheio. Disse que só voltou da viagem a Alagoas por volta das 13h, varias horas após o crime. "Não tinha nenhuma pressa de informar nada a ninguém sobre o promotor. Que interesse eu tinha de estar atrás do carro do promotor e na morte dele?", indagou.
No fim do interrogatório, a defesa do réu expôs um vídeo de câmera de circuito interno que mostra uma rua de Águas Belas. Segundo a defesa, a Polícia Federal apontou que um homem que aparece de moto na imagem é Marisvaldo. O réu, porém, disse que não podia ser ele, pois nunca usou roupa de trilha ou moto de trilha, como aparece nas imagens. Afirmou que, no dia do crime, estava de bermuda e camisa.