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Aedes estéril: baixa resposta

Atualmente, o projeto piloto da Vila da Praia de Conceição, que tem área de dois hectares recebeu de dezembro de 2015 até agosto quase 95 mil mosquitos estéreis

Atendimento no Hospital Veterinário do RecifeAtendimento no Hospital Veterinário do Recife - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

 

Os primeiros resultados da soltura de machos de Aedes Aegypti esterilizados por radiação em Fernando de Noronha mostraram que, em campo, a inviabilidade dos ovos do mosquito até agora foi de 35%. O percentual está abaixo dos testes em laboratório, onde 80% dos ovos geraram proles.

Os espécimes estéreis podem ajudar a conter a proliferação de Aedes e, assim diminuir, o risco de transmissão de arboviroses. Mesmo diante do desempenho aquém do esperado, a previsão é de que o projeto seja ampliado para mais quatro vilas do Arquipélago ainda em 2017. Atualmente, o projeto piloto da Vila da Praia de Conceição, que tem área de dois hectares recebeu de dezembro de 2015 até agosto quase 95 mil mosquitos estéreis.

Os dados foram apresentados ontem pela coordenadora do estudo, a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Alice Varjal, durante o primeiro dia do 6º Workshop de Genética e Biologia Molecular de Insetos Vetores de Doenças Tropicais (Entomol), que segue até amanhã no Recife. “Isso, para a gente, não é um resultado satisfatório. Queremos aumentar a taxa de inviabilidade porque são esses ovos que vão dar origem a próxima geração de mosquitos. Então quanto menor for essa próxima geração melhor vai ser em termos de controle”, disse a pesquisadora. Alice Varjal, no entanto, apontou que já houve uma diminuição da diversidade genética dos Aedes Aegypti na Ilha depois da soltura em massa dos machos irradiados.

Antes da intervenção foram observados oito cargas genéticas diferentes em uma amostra de 30 insetos e agora são apenas duas. “Isso sugere que as ações de controle estão surtindo efeito em termos de reduzir a população de mosquitos.”

Outro estudo em curso na Fiocruz avaliou a imunidade dos insetos de Arcoverde, Águas Belas, Caruaru e Fernando de Noronha aos inseticidas. Chamou a atenção que as fêmeas, que são vetores das doenças, apresentaram uma cutícula mais espessa o que impede a eficácia dos inseticidas em Arcoverde.

“Existem pelo menos três tipos diferentes de mecanismos de resistência. Um é metabólico. O outro é o mecanismo sitio-alvo, que é uma mudança genética que alterou o mosquito. E o terceiro, considerado secundário, é a penetração reduzida do inseticida em função do espessamento da cutícula que reveste o corpo do inseto como um todo”, explicou.

 

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