COVID-19

África do Sul afirma que superou onda de ômicron sem aumento significativo de mortes

A África do Sul é oficialmente o país mais atingido no continente africano, com mais de 3,4 milhões de casos e 91 mil mortes

Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo, na África do SulAeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo, na África do Sul - Foto: Phill Magakoe / AFP

A África do Sul, país onde a nova variante ômicron da Covid-19 foi detectada em novembro, anunciou ter superado o pico da onda causada pela ômicron sem notar um aumento significativo nas mortes, enquanto muitos países vivenciam recordes de infecções.

"Segundo os nossos especialistas, a ômicron atingiu o seu pico sem se traduzir numa mudança significativa ou alarmante no número de hospitalizações", comentou nesta sexta-feira (31) o ministro na Presidência, Mondli Gungubele, garantindo que o governo se manteria vigilante.

O toque de recolher noturno, em vigor há quase dois anos, 21 meses para ser mais preciso, foi reduzido para de meia-noite às 4 da manhã. E, na véspera das comemorações do Ano Novo, finalmente foi levantado.

"Nossa esperança é que esse levantamento continue", disse o ministro durante uma coletiva de imprensa virtual. "Procuramos encontrar um equilíbrio entre a vida das pessoas, seu sustento e o objetivo de salvar vidas", disse, lembrando que a economia sul-africana continua fortemente afetada pela pandemia.
 

Ao manter a máscara, o distanciamento e acelerar a vacinação - aquém das metas, com apenas 15,6 milhões de pessoas totalmente vacinadas para uma população de 59 milhões - o ministro espera que "o toque de recolher não volte nunca mais".

Na quinta-feira (30), a presidência informou que "todos os indicadores sugerem que o país certamente ultrapassou o pico da quarta onda" da pandemia causada especialmente pela nova variante, muito mais contagiosa.

"Foi constatado um aumento marginal no número de mortes em todas as províncias", acrescentou a presidência.

Na última semana, as novas infecções caíram quase 30% em relação à semana anterior, passando de 127.753 para 89.781. Também houve queda de internações hospitalares em oito das nove províncias.

"Embora a variante ômicron seja altamente transmissível, as taxas de hospitalização têm sido menores do que nas ondas anteriores", disse a presidência.

Já detectada em uma centena de países, a ômicron tem uma velocidade de transmissão maior que a delta, mas, ao mesmo tempo, parece causar menos risco de hospitalização, de acordo com os primeiros estudos na África do Sul e no Reino Unido.

Mesmo assim, cientistas alertam que sua alta infectividade pode neutralizar essa aparente baixa virulência, causando também uma onda significativa de internações e mortes.

"A velocidade com que a quarta onda ligada à ômicron cresceu, atingiu o pico e caiu é desconcertante. Um pico em quatro semanas e uma queda vertiginosa em duas", tuitou Fareed Abdullah, do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica.

Enquanto muitos países multiplicam suas restrições a esta variante, o governo sul-africano decidiu suspender o toque de recolher vigente entre meia-noite e 04h00 da manhã, uma exigência do setor de lazer antes da virada de ano.

Mesmo assim, a presidência alerta que "o risco de aumento de infecções continua alto, dada a forte transmissibilidade da variante ômicron".

A África do Sul é oficialmente o país mais atingido no continente africano, com mais de 3,4 milhões de casos e 91 mil mortes. Menos de 13 mil casos foram registrados nas últimas 24 horas, metade do pico de 26 mil alcançado nesta última onda.

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