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AIEA adverte que margem de manobra sobre programa nuclear iraniana começa a "se reduzir"

Nos últimos anos, Teerã reduziu sua cooperação com a AIEA e aumentou significativamente seu programa nuclear

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) - Foto: Reprodução/AEIA

O chefe do Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou, nesta terça-feira (12), que a margem de manobra em relação ao programa nuclear iraniano começa a "se reduzir", um dia antes de uma importante viagem ao Irã.

"A administração iraniana deve entender que a situação internacional está se tornando cada vez mais tensa e que as margens de manobra começam a se reduzir, e que é imperativo encontrar vias para alcançar soluções diplomáticas", declarou Rafael Grossi em uma entrevista à AFP na cúpula climática COP29 no Azerbaijão.

Nos últimos anos, Teerã reduziu sua cooperação com a AIEA e aumentou significativamente seu programa nuclear.

A AIEA “trabalha no Irã [...],.mas eu sempre disse que é preciso mais transparência. Precisamos ver mais. Dada a amplitude, a profundidade e a ambição do programa iraniano, precisamos encontrar maneiras de dar mais visibilidade à agência”, enfatizou.

Sua visita ao Irã ocorre uma semana após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.

“Eu já trabalhei com o primeiro governo Trump e trabalhamos bem”, disse o chefe da AIEA.

Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), os EUA se retiraram em 2018 de um acordo internacional destinado a regular as atividades nucleares do Irã em troca do levantamento das sanções internacionais.

Esse acordo foi assinado em 2015 entre EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha. Todas as tentativas de reavivá-lo nos últimos anos fracassaram.

“É uma casca vazia”, admitiu Grossi.

Desde então, o programa nuclear do Irã continuou a crescer, mesmo que Teerã negue que queira se equipar com uma bomba atômica.

De acordo com a AIEA, a República Islâmica aumentou significativamente seu programa nuclear, principalmente com o acúmulo de grandes estoques de urânio enriquecido a 60%, o que não está muito longe dos 90% necessários para desenvolver uma bomba atômica.

Mas desde a eleição, em julho, do presidente reformista Masoud Pezeshkian, Teerã tem se mostrado disposta a retomar as conversações para reavivar o acordo nuclear.

A última visita de Grossi ao Irã data de maio, quando ele pediu medidas “concretas” para ajudar a fortalecer a cooperação sobre o programa nuclear iraniano em uma coletiva de imprensa na província central de Isfahan, onde está localizada a usina de enriquecimento de urânio de Natanz.

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