Aluno nota 1.000 revela fórmula para uma boa redação
Apenas 77 estudantes no País atingiram a nota máxima, 1.000 pontos. Entre eles está o estudante recifense Bruno Monteiro, 17 anos
Entre eles está o estudante recifense Bruno Monteiro, 17 anos, que pretende sair de Pernambuco para cursar economia e direito em Minas Gerais, onde passou em 1º lugar na Pontifícia Universidade Católica.
A redação, ele acredita, é a chave do Enem. “Ela não tem alternativas para marcar. É o fator que mede melhor o conhecimento do aluno, porque é você por você”, resumiu. “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” e “Caminhos para combater o racismo no Brasil” foram os temas da primeira e segunda aplicações da prova, respectivamente. Bruno respondeu o primeiro deles e considera que o desempenho tem uma origem clara.
“Nunca fui bom em me manter no conhecimento comum. Sempre tentava, a partir de uma questão, pensar nas próprias causas, ser original na argumentação. É tentar pensar por si mesmo. No 2º ano, fiz Enem e tirei 780 na redação. Uma coisa que fiz muito desde então foi treinar. Fazia duas por semana. Mas também não adiantava fazer quando era somente por obri-gação. A obrigação inibe a criatividade”, contou.
Dos 6,1 milhões de candidatos do Enem 2016, a maioria (31.75%) tirou entre 501 a 600 pontos na redação. Notas zero ou anuladas representam 4.77%, boa parte por causa do não comparecimento ao segundo dia, da redação em branco, fuga ao tema ou cópia de texto motivador.
Em 2014, 250 estudantes gabaritaram o texto. Em 2015, o número caiu para 104 candidatos. “A gramática da língua está fazendo com que muita gente deixe de tirar nota 1.000. Só 77 alunos no País inteiro. Então a correção está bastante criteriosa. O MEC está investindo muito na capacitação do corretor. Particularmente, acho isso o máximo. Legitima muito o trabalho do professor, faz com que o aluno reconheça por quais motivos a gente exige tanto em sala de aula”, avalia a professora Sandra Lima, com quem Bruno Monteiro teve aulas de produção de texto no Colégio São Luís.
Já na área de linguagens e códigos, apenas um candidato conseguiu tirar nota acima de 800. “Foi uma prova extensa, junto com matemática e redação, e o aluno não consegue mostrar o que ele sabe. Além disso, este ano foi uma prova particularmente difícil, (mais) do que tinha sido nos anos anteriores. O nível de interpretação de texto foi muito mais aprofundado”, contou Mônica Soares, professora de língua portuguesa.
Apesar disso, a área de linguagens e códigos ficou com uma das maiores médias gerais (520,5), atrás de ciências humanas (533,5) e na frente de matemática (489,5) e ciências da natureza e suas tecnologias (477,1). A maior nota do Enem de 2016 foi registrada em matemática e suas tecnologias (991,5) enquanto a mais baixa em linguagens e códigos e suas tecnologias (287,5).
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