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DROGA CONTRA CALVÍCIE

Anvisa alerta para risco de crescimento anormal de pelos em bebês por contato com minoxidil

Agência solicitou às fabricantes que incluam nas bulas o risco de hipertricose em bebês

Anvisa alerta para risco de crescimento anormal de pelos em bebês por contato com minoxidilAnvisa alerta para risco de crescimento anormal de pelos em bebês por contato com minoxidil - Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) publicou um alerta sobre o risco de crescimento anormal de pelos em bebês expostos a áreas da pele de seus pais que tenham aplicado o medicamento minoxidil, muito usado para o tratamento da alopecia androgênica (calvície hereditária) em homens adultos.

O quadro, conhecido como 'síndrome do lobisomem', é chamado formalmente de hipertricose, e a associação com a exposição ao minoxidil foi relatada em diferentes países da Europa. Segundo a agência, o crescimento anormal de pelos se normalizou depois de alguns meses da suspensão do contato com o remédio.

“A Agência solicitou aos detentores do registro desses medicamentos que incluam nas bulas o risco de hipertricose em bebês após exposição tópica acidental ao minoxidil. Recomenda-se cautela para garantir que os bebês não entrem em contato com locais onde o produto foi aplicado”, afirma a Anvisa.

A autarquia recomenda ainda que profissionais de saúde orientem os pacientes a evitar que crianças tenham contato com as áreas onde o medicamento foi aplicado e a lavarem as mãos após a aplicação. “Pacientes que utilizam minoxidil e têm contato frequente com crianças devem procurar um médico caso percebam um crescimento excessivo de pelos nas crianças”, alerta a Anvisa.

Os primeiros registros de hipertricose pelo minoxidil foram identificados em abril de 2023 pelo Centro de Farmacovigilância de Navarra, na Espanha. O órgão tomou conhecimento de um caso em que um bebê havia desenvolvido progressivamente aumento de pelos nas costas, pernas e coxas. Foram descartadas patologias ou outros medicamentos administrados ao bebê como causas.

“Na entrevista com a família, foi identificado que o pai utilizava minoxidil a 5% por via tópica para o tratamento de alopecia androgênica e, há um mês, estava de licença do trabalho para cuidar do filho. Após a interrupção do contato com o medicamento, houve regressão total dos sintomas”, explica o centro em boletim sobre a ocorrência.

Depois do primeiro caso, outros foram registrados. O minoxidil é um medicamento utilizado por via tópica para induzir o crescimento capilar em pacientes com alopecia androgênica. Costuma ser administrado em concentrações de 2% ou 5% e está disponível tanto em especialidades comercializadas quanto em fórmulas magistrais.

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